TEMAS GERAIS

22% dos pobres brasileiros guardam 1/3 da vegetação do País

O uso sustentável dessa vegetação podem ajudar a proteger as comunidades.

Em 19/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Pesquisa revela que população pobre e mais vulnerável à seca no Brasil por causa das mudanças climáticas vive em áreas protegidas; ações voltadas para a conservação e o uso sustentável dessa vegetação podem ajudar a proteger as comunidades.

Um estudo de pesquisadores do Rio de Janeiro identificou municípios prioritários para o desenvolvimento de políticas preventivas e estratégias na chamada “adaptação baseada em ecossistemas”, em que a natureza é usada para evitar os piores efeitos do aquecimento global.

O foco do trabalho foi o risco de aumento da seca, em especial no Nordeste, na Amazônia e na região de Cerrado conhecida como Matopiba (que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Eles partiram do princípio de que as populações mais pobres são e serão as mais vulneráveis à mudança do clima, e que a conservação e uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas são maneiras de proteger contra as mudanças climáticas.

A análise cruzou, então, os municípios mais pobres do País com o mapa de cobertura vegetal e de grau de exposição (vulnerabilidade) ao aumento de seca por causa das mudanças climáticas. Descobriu 398 municípios prioritários para receber ações com esse foco em proteger a natureza de modo a prepará-los para um mundo mais quente e mais seco.

Os pesquisadores observaram que 22% dos pobres brasileiros (com renda familiar inferior a R$140 por mês) vivem nesses 398 municípios, que por sua vez guardam mais de 1/3 dos remanescentes de vegetações nativas do Brasil.

Imagem: Estadão Conteúdo/Divulgação