ECONOMIA CAPIXABA

45% dos bares e restaurantes estão em débito com o Simples

87% das empresas que hoje devem o Simples Nacional disseram temer o desenquadramento.

Em 10/03/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Pexels

Se saírem do Simples, muitos negócios ficam inviabilizados pela carga tributária.​ Levantamento aponta também dificuldade dos estabelecimentos para honrar empréstimos feitos via Pronampe em função da alta da Selic: um em cada cinco têm pagamentos em aberto. 

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em todo o país mostra que a questão da derrubada do veto ao Refis (ou Relp) é cada vez mais urgente. Quase metade (45%) dos entrevistados que estão no Simples Nacional revelou ter parcelas em atraso. Mas apenas 27% destes estão na dívida ativa e poderiam se aproveitar das condições de parcelamento existentes hoje. Em função disso, 87% das empresas que hoje devem o Simples disseram temer o desenquadramento se algo não for feito. O Congresso deve votar em breve a derrubada do veto ao programa de refinanciamento.

É o que o nosso setor espera, a sensibilidade de que o momento é decisivo para muitas empresas. Para a maioria, o desenquadramento é uma sentença de morte, já que muitas têm dívidas ou empréstimos - e o faturamento só agora deve se estabilizar, com o fim das restrições, como o que vimos nesta segunda-feira no Rio de Janeiro”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

O Pronampe, programa de crédito com condições especiais para as pequenas empresas, de tábua de salvação está virando mais uma dor de cabeça para os empresários do setor. O uso da Selic como indexador fez os juros aumentarem (a taxa determinada pelo Banco Central passou de 2% em março de 2021 para 10,75%, agora). Dos 69% que tiveram de buscar crédito durante a pandemia, quase três em cada quatro (73%) tomaram empréstimo via Pronampe. Destes, 19% dizem já ter parcelas em atraso.

Rodrigo Vervloet, presidente da seccional capixaba da Abrasel e do SindBares, ressalta que, além dos programas de refinanciamento, é preciso avançar no movimento para o fim das restrições.

“Medidas impopulares como o passaporte da vacina dificultam a vida dos empresários de bares e restaurantes, em especial os pequenos comércios que são a grande maioria dos empreendimentos. Nosso apelo às autoridades é que, observando a grande média de vacinação e ocupação de leitos da COVID, que essas restrições sejam reduzidas”, pede.

A pesquisa também mediu o faturamento das empresas, e o resultado em janeiro não foi animador. 43% dos entrevistados ficaram no prejuízo no primeiro mês do ano (contra um índice de 31% em dezembro). Por causa das férias, nas grandes cidades, janeiro costuma ser um mês um pouco mais fraco. Mas o mau desempenho também pode ser creditado ao pico de casos de covid-19 em função da variante Ômicron.

A pesquisa, realizada pela internet, teve mais de 1.200 respostas de todos os estados do país, no período entre 21 de fevereiro e 3 de março de 2022. (Por Dani Borges - AsImp)

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