ESPORTE INTERNACIONAL

A estrela do craque: CR7 tem atuação apagada, mas sai na foto como herói.

Luso conquista novamente a artilharia da Champions e já surge com força para levar a Bola de Ouro de 2016.

Em 29/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Fim de jogo. Camisa rasgada, jogada ao chão, e músculos de fora. De Lisboa para Milão, em nova final contra o Atlético de Madrid, Cristiano Ronaldo encerrou a noite exatamente da mesma forma que dois anos atrás: com pênalti convertido, vitória e conquista da Liga dos Campeões. Por coincidência, em nenhuma das duas decisões o craque português foi o homem do jogo - longe disso, ficou bem abaixo -, mas a imagem de sua celebração foi a marca do título.

Em 2014, Cristiano foi mal na final, porém marcou de pênalti na prorrogação o último gol da vitória por 4 a 1. Desta vez, nova atuação apagada dele, e houve empate por 1 a 1 ao fim do tempo extra. O gol de pênalti do luso foi o último da série que valeu a “Undécima” (11ª Champions) do Real Madrid, a sua terceira pessoal (2008 com o Manchester United, 2014 e 2016 como merengue). Outra semelhança é que nas duas ocasiões ele chegou ao fim da temporada com problemas físicos por conta do desgaste muscular. Em Lisboa, dores no joelho. Agora, na coxa. Mas isso não o impediu de ficar em campo durante os 120 minutos em ambas as vezes.

- Eu me sentia bem psicologicamente. Obviamente que algumas vezes o corpo não ajuda, mas isso não é desculpa. Tentei ajudar a equipe, corri, lutei, e ganhamos, que é o mais importante - disse CR7 na zona mista, ao ser perguntado se havia feito sacrifício para estar na final de Milão.

Ainda assim, Cristiano foi capaz de conquistar marcas. Adicionou mais algumas à extensa lista: tornou-se o primeiro jogador português a vencer três Champions, o primeiro jogador a deixar sua marca em três finais - ainda que nesta não tenha marcado gol durante o tempo regulamentar -, e, uma vez mais foi o artilharia do torneio, com 16 gols, só um a menos do que em 2014, quando alcançou os 17, recorde de uma só edição.

- Ganhar outra vez a Liga dos Campeões, a minha terceira, ser o artilheiro desta competição, acho que não posso pedir mais. Corri muito, corri bastante. O que o Zidane disse na coletiva esta semana é que era importante correr muito, defender também, e foi o que eu fiz. Depois levamos o jogo para os pênaltis, e nos pênaltis é assim, é sempre uma loteria, você nunca sabe quem vai ganhar - analisou.

Cristiano Ronaldo encerra a temporada com 51 gols em 48 jogos, média de 1,06, mais uma vez impressionante em sua carreira. Apesar de não ter ido bem na final, foi o principal jogador do Real na conquista da Liga dos Campeões. Merece ganhar a Bola de Ouro de 2016?

- Virá de forma natural. Sou o artilheiro da Champions e nós fomos campeões. Não estou obcecado com isso - afirmou o craque, que já foi eleito o melhor do mundo três vezes.

Perto de renovar seu contrato com o Real após ser envolvido em muitas especulações com o Paris Saint-Germain, o português já pensa nos troféus da próxima temporada merengue. E recorda o momento da batida decisiva.

- No momento da cobrança, eu senti que ia marcar gol, eu me sentia muito confiante, não dá para explicar, mas senti isso. O teto não existe, é um teto aberto (sorri). Vamos continuar trabalhando e pensar que no próximo ano podemos fazer um bom campeonato e uma boa Champions.

Que Cristiano não foi bem, isso ficou evidente, mas ele até teve alguns números positivos no jogo. Como o próprio disse, correu muito, mais de 12km, chutou três vezes na direção do gol - contra uma de Bale e duas de Benzema - e marcou o pênalti decisivo.

Só que não foram vistas suas jogadas nem disparos geniais. E ele falhou mais do que o normal: errou 12 passes, teve a pior média de passes acertados dos jogadores do Real Madrid (71%), errou dribles e perdeu uma chance de gol clara na cara de Oblak, optando por tentar uma finta no goleiro - Bale ainda tentou o rebote, mas os colchoneros cortaram e iniciaram dali a jogada que originou o gol de empate de Carrasco.

Por pouco, CR7 não foi o vilão do jogo. Mas o futebol tem dessas, e o português saiu como herói.

 

Fonte:GE