TEMAS GERAIS

A greve da PM e a crise da Segurança Pública no Espírito Santo eram previstas.

Quando eclodem as crises, planos são anunciados e ficam nas brumas do tempo, diz Newton de Oliveira.

Em 11/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Brasil assiste horrorizado pelas redes sociais as ruas do Espírito Santo com cenas que parecem saídas de um seriado distópico como Walking Dead ou a um jogo de vídeo game como GTA.

O estado do Espírito Santo, já chamado tempos atrás de Nordeste sem SUDENE, a partir de uma mobilização dos familiares dos Policiais Militares, uma vez que constitucionalmente estão impedidos de fazer greve, entrar em colapso de ordem pública. A população vive dias de Aleppo, sitiada em suas casas.

Os saques, assassinatos e roubos à luz do dia, são a ponta do iceberg de um mal-estar que está formado há muito tempo: a cegueira das autoridades em tratar como tema de Estado a Segurança Pública!

De todas as reformas que o processo de reconstrução democrática o Brasil viveu, a Segurança sempre foi relegada a último plano, como algo menor.

O oportunismo político do custo/benefício fez com que governantes de todos os matizes políticos em maior ou menor grau descurassem desse tema, pois isso " não traz votos". Quando eclodem as crises, planos são anunciados e ficam nas brumas do tempo.

E como a corrente sempre arrebenta no elo mais fraco, as crises penitenciárias no Norte e Nordeste do Brasil e agora a crise da PM do Espírito Santo são parte do mesmo mal-estar que cobra a conta de uma reforma nunca feita e de um ajuste que desconsidera essa questão.

E a cada momento, a nação brasileira e o seu Estado nacional são postos em cheque e tal qual o Titanic, rumamos céleres para o desastre final.

Mas ainda há tempo de mudar o curso das coisas.

*Newton de Oliveira,é coordenador de pós-graduação e extensão da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio. Foi subsecretario de Segurança do Rio de Janeiro. Tem cursos no Reino Unido, EUA e Israel.

Por Beatriz Massi