MEIO AMBIENTE

Ações para recuperar o Rio Doce serão discutidas em Brasília

Resultado de análises será apresentado à ministra do Meio Ambiente.

Em 29/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O autor das análises que comprovam que os peixes e mariscos da Foz do Rio Doce, no Espírito Santo, e em seu entorno estão contaminados por metais tóxicos, o professor Adalto Bianchini, avalia que é preciso fazer novas análises na região.

A proposta será apresentada nesta quarta-feira (30), durante reunião com representantes do   Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, e também de outros órgãos ambientais, da qual vão participar pesquisadores e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

No encontro vão ser apresentados os resultados dos exames já feitos e discutidas as ações a serem adotadas para a recuperação do Rio Doce. Há expectativa de que informações sobre as pesquisas feitas na região sejam divulgadas.

O professor Bianchini atua no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e é o responsável pelos estudos da água e dos seres vivos no Rio Doce, dentre eles os pescados e mariscos. Três membros de sua equipe participaram da expedição do navio do ICMBio, na foz do rio, região afetada pela lama de rejeitos da Samarco, resultado do rompimento de uma barragem na cidade mineira de Mariana.

Os dados divulgados nesta segunda-feira (28) fazem parte de uma apresentação que ele fez para pesquisadores em Vitória. Os dados mostrados por ele revelam que os peixes e mariscos do Rio Doce estão contaminados por metais pesados em níveis bem superiores ao permitido por legislação. O mesmo acontece com a água.

São estes dados que vão ser apresentados ao ICMBio, em Brasília. De acordo com o professor, foram coletadas cerca de mil amostras durante a expedição e somente parte deste material foi analisado.

Abrolhos
Bianchini explicou que os níveis de contaminação identificados na região de Abrolhos, por exemplo, variam muito. “Há locais onde a contaminação é mais expressiva e vai demandar uma atenção maior”, explicou. Ele destacou ainda que o mesmo ocorre em outros pontos do rio.

Não há como confirmar, segundo o professor, se todos os metais que contaminaram as espécies por ele analisadas decorrem da lama da Samarco. “Este estudo está sendo realizado por outros profissionais”, explicou.

Relatório completo no dia 17 de abril
No dia 17 de abril, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vai divulgar o relatório completo sobre a biodiversidade marinha no litoral do Espírito Santo e na Bahia. A contaminação dos peixes, mariscos e água do Rio Doce também foi denunciada na Assembleia Legislativa na comissão que acompanha o desastre ocorrido no Rio Doce.

Fonte: G1-ES