ECONOMIA INTERNACIONAL

Adiada para 2019 acordo de livre comércio promovido pela China

1º ministro chinês, Li Keqiang, em um evento à margem da reunião da Asean em Singapura.

Em 13/11/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

AFP/Arquivo

A conclusão da Associação Econômica Integral Regional (RCEP), um tratado de livre comércio promovido pela China na região Ásia-Pacífico, foi adiada para 2019, já que os negociadores pediram mais tempo para alcançar um acordo.

A RCEP reagrupará os 10 países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e seus sócios na região (China, Japão, Austrália, Índia, Coreia do Sul e Nova Zelândia), que juntos representam quase metade do Produto Interno Bruto do planeta.

A associação exclui os Estados Unidos e é apresentada como uma resposta ao unilateralismo americano e à guerra comercial entre Washington e Pequim.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que está em Singapura para uma reunião de cúpula da Asean, desejava um avanço das negociações, enquanto alguns analistas esperavam acordo até o fim do ano.

Mas os negociadores anunciaram que as discussões devem prosseguir em 2019.

“Fizemos avanços significativos, mas não é a conclusão”, afirmou o ministro neozelandês do Comércio, Damien O’Connor.

“Mas estamos muito felizes, seguimos no bom caminho”, completou.

Uma das principais dificuldades nas negociações, iniciadas há cinco anos, é o temor da Índia de abrir seu mercado, especialmente às empresas chinesas.

Um projeto de comunicado dos líderes da região ao qual a AFP teve acesso pede a conclusão rápida das negociações em função dos “ventos contrários que a economia mundial deve enfrentar”

A RCEP se beneficiou da decisão de janeiro de 2017 do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do projeto de Tratado de Associação Transpacífico (TPP), concorrente da associação promovida pela China.

O TPP entrará em vigor este ano sem a participação dos Estados Unidos e sem a China. Desta maneira, a RCEP pode tornar-se o maior acordo de livre comércio do mundo.

Mas este projeto é menos ambicioso em termos de regulamentações, sobretudo nas áreas trabalhista e de proteção do meio ambiente.