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Advocacia-Geral multa irregularidades em mais de R$ 3 bilhões

São 1.116 ações ajuizadas contra autores de irregularidades.

Em 22/08/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Ascom/AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) cobra R$ 3,6 bilhões em 1.116 ações ajuizadas contra autores de irregularidades nos primeiros sete meses deste ano. Na lista estão ações de improbidade, execução de condenações impostas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e outros pedidos de ressarcimento ao erário e cobranças por ilícitos cometidos por ex-agentes públicos ou particulares.

As ações foram movidas por unidades da AGU vinculadas ao Departamento de Patrimônio e Probidade da Procuradoria-Geral da União (DPP/PGU/AGU), que em apenas oito meses (dezembro do ano passado e julho deste ano) conseguiram recuperar efetivamente R$ 472 milhões para os cofres da União com os processos de combate à corrupção e uso irregular de recursos públicos – mais do que o montante arrecadado nos doze meses anteriores (entre dezembro/2017 e novembro/2018), R$ 462 milhões.

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Juntamente com a Controladoria-Geral da União, a AGU também conseguiu assegurar o ingresso de outros R$ 1,5 bilhão somente em 2019 por meio de pagamentos feitos por empresas que celebraram acordos de leniência, sendo R$ 419 milhões pagos à União e o restante às demais entidades lesadas pelas irregularidades, como a Petrobras.

No total, as empresas que assinaram acordos de leniência se comprometeram a pagar R$ 11,2 bilhões, dos quais R$ 3,1 bilhões já foram efetivamente pagos e revertidos para a União e as demais entidades lesadas.

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Somados os valores recuperados com ações judiciais (R$ 472 milhões) e os recebidos por meio dos acordos de leniência (R$ 419 milhões), a atuação da AGU e da CGU na área garantiu o ingresso de quase R$ 900 milhões nos cofres da União em 2019. “São recursos que se revertem ao Tesouro Nacional para utilização nos fins previstos na nossa legislação orçamentária, ou seja, que vão se transformar em serviços para a sociedade, como mais escolas, saúde e segurança”, assinala o diretor do DPP, Vanir Fridriczewski.

Segundo o dirigente, iniciativas como a criação de equipes regionais dedicadas exclusivamente à recuperação recursos desviados e do Grupo de Ajuizamento Decorrente de Acordos de Leniência (Graal) contribuíram para o resultado.

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Dirigentes de diversas organizações não-governamentais e entidades que atuam na área de saúde e no controle do tabagismo reiteraram ontem (21), durante encontro com o advogado-geral da União, André Mendonça, apoio à ação movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) para que fabricantes de cigarro paguem pelas despesas do poder público com o tratamento de doenças relacionadas ao tabagismo.

Fotos: Daniel Estevão/AscomAGU

Foto: Daniel Estevão/AscomAGU

“Nos EUA, essas mesmas empresas já pagam essa conta há vinte anos. Já pagaram mais de US$ 160 bilhões, mas no Brasil ainda não foram responsabilizadas”, assinalou a diretora jurídica da Aliança de Controle do Tabagismo, Adriana Carvalho. “É uma indústria que causa uma externalidade negativa muito grande para o país. Por isso nossa expectativa em relação à ação é enorme. É uma oportunidade para que a indústria seja finalmente responsabilizada e pague essa conta”, completou.

“O resto do mundo vê essa ação da AGU como um passo extremamente corajoso e importante no sentido de implantar a Convenção para Controle do Tabaco da ONU, em especial o artigo que incentiva países a responsabilizar a indústria”, acrescentou Patrícia Sosa, diretora para América Latina e Caribe da Campanha para Crianças Livres do Tabaco. “O mundo está prestando atenção no trabalho que vocês estão fazendo e nós estamos oferecendo todo nosso apoio e nossa experiência com litígios semelhantes de outros países”.

O mesmo suporte foi oferecido pela União Internacional contra a Tuberculose e Doenças do Pulmão. “Temos uma grande expectativa em relação a essa ação e estamos à disposição para fornecer subsídios técnicos e todo apoio que a AGU precisar para sustentar essa brilhante ação judicial”, disse a consultora de Controle de Tabaco da entidade, Cristiane Vianna.

Também participaram da reunião Valeska Figueiredo (pesquisadora da Fiocruz), Gustavo Sóñora (diretor regional na América Latina da União Internacional contra a Tuberculose e Doenças do pulmão), Jéssica Vele (Bloomberg Philanthropies), Yolonda Richardson (vice-presidente executiva de Programas Globais da Campanha para Crianças Livres do Tabaco), Adalberto Pasquolotto (professor e pesquisador da PUC/RS) e Graziele Grilo (coordenadora do Programa de Pesquisa da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Healthy), além de dirigentes do Departamento de Assuntos Internacionais da AGU.

“Confiamos muito na Justiça e temos uma atenção especial para esse processo”, disse o advogado-geral da União, André Mendonça, durante o encontro. “A perspectiva que interessa nesse caso é a do direito e a do impacto para a sociedade e para a saúde pública, além de criar uma conscientização em relação ao tabaco”, concluiu. *Com informações da Acessoria de Cominicação da Advocacia-Geral da União

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