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Advogados de Marcelo Odebrecht desistem de depoimento de Dilma.

Ex-presidente seria ouvida na condição de testemunha de defesa.

Em 19/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os advogados do ex-presidente da holding Odebrecht S.A Marcelo Odebrecht desistiram do depoimento da ex-presidente Dilma Rousseff como testemunha de defesa em uma das ações que o empresário responde no âmbito da Operação Lava Jato.

O depoimento estava marcado para 24 de março, e a defesa informou à Justiça Federal sobre a desistência na sexta-feira (17).

Dilma Rousseff iria depor, por meio de videoconferência com Porto Alegre, no processo que surgiu a partir da 35ª fase da Lava Jato, que apurou a relação entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro Antonio Palocci.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que o Palocci e o ex-assessor dele receberam propina para atuar em favor da empreiteira, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.

O ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht.

Marcelo Odebrecht responde pelos crimes de corrupção ativa e de lavagem de dinheiro. Além de Palocci, 14 pessoas são rés neste processo.

A defesa de Marcelo Odebrecht também dispensou a oitiva de Roberto Prisco Paraíso Ramos, ex-presidente da Odebrecht Óleo e Gás. Ramos também foi alvo da Operação Lava Jato e teve a prisão temporária decretada na 26ª fase.

Na ocasião, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) afirmaram que a empresa tinha um setor dedicado ao pagamento de propina a funcionários públicos e agentes políticos chamado "Setor de Operações Estruturadas".

Testemunha de Gleisi
A ex-presidente também foi arrolada como testemunha de defesa de Gleisi Hoffmman (PT) no processo que a senadora responde no Supremo Tribunal Federal (STF). A senadora do PT foi ministra da Casa Civil do governo Dilma entre 2011 e 2014.

Gleisi se tornou ré na Lava Jato em setembro do ano passado sob a suspeita de ter cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são acusados pela Procuradoria Geral da República (PGR) de terem recebido R$ 1 milhão de dinheiro desviado da Petrobras.

Logo após ter se tornado ré, Gleisi Hoffmann afirmou que as denúncias contra o casal se baseiam somente em delações que, segundo ela, são contraditórias.

Além de Dilma, Gleisi também apontou como testemunhas o senador Roberto Requião (PMDB-PR), a ex-presidente da Petrobras Maria das Graças Foster e outras quatro pessoas.