SAÚDE

Aedes transgênicos são soltos na região central de Piracicaba, SP.

São Judas recebe 150 mil mosquitos geneticamente modificados nesta terça.

Em 19/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os mosquitos Aedes Aegypti geneticamente modificados, como forma de combate ao inseto selvagem que transmite dengue, zika e chikungunya, começaram a ser soltos na região central de Piracicaba (SP) nesta terça (19). O bairro São Judas, que conta com 3,6 mil moradores, é o primeiro a receber 150 mil "Aedes do Bem". Somente nesta área, serão 700 mil mosquitos por semana.

Depois, mais 10 pontos farão parte do projeto. A ação vai custar R$ 3,7 milhões à administração municipal. No total, a ação visa proteger uma população de 60 mil pessoas e atingir uma área equivalente a 1.754 campos de futebol, de acordo com a Prefeitura e a empresa contratada para realização do projeto na cidade.

Os outros bairros que receberão os mosquitos modificados são: Centro, Cidade Alta, Cidade Jardim, Clube de Campo, Jardim Monumento, Nova Piracicaba, Nhô Quim, Parque da Rua do Porto, São Dimas e Vila Rezende. 

“Esperamos obter os primeiros resultados após três a seis meses de uso do Aedes do Bem. Com isso, entramos em um novo patamar, beneficiando um número cada vez maior de pessoas e mostrando que o mosquito modificado pode ser usado em qualquer escala”, afirmou o diretor da Oxitec do Brasil, Glen Slade.

A liberação dos mosquitos transgênicos em outras regiões além do Cecap/Eldorado, de acordo com a Oxitec, só acontece após testes, resultados positivos e mais de sete semanas de contato com a população para explicar como o inseto age. A campanha, que tem o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, irá continuar nos próximos meses em jornais, outdoors, rádios, quiosques e tendas pela cidade.

Redução de 91% nos casos
O bairro Cecap/Eldorado, que recebeu os mosquitos geneticamente modificados teve uma redução de 91% no número de casos de dengue em um ano, segundo dados divulgados pela Prefeitura e a Oxitec.

A quantidade de pessoas infectadas no bairro Cecap/Eldorado, que tem cerca de 5 mil habitantes, foi de 133 casos entre julho de 2014 e o mesmo mês do ano passado, antes da liberação do chamado "Aedes do Bem". Já de julho de 2015 até agora foram registradas 12 pessoas com dengue na região.

Como funciona
Os mosquitos transgênicos, de acordo com a Oxitec, não transmitem a doença e combatem os insetos selvagens. Devido à alteração genética do "Aedes do Bem", os filhotes dele nascem estéreis. Liberado no ambiente, o macho com DNA modificado fecunda a fêmea na natureza, o que reduz a possibilidade de reprodução entre os mosquitos selvagens, transmissores da dengue.

Os mosquitos, segundo a empresa, não contribuem para a transmissão da dengue e outras doenças, porque só a fêmea do Aedes aegypti pica. A empresa obteve aval da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para operar, porque a metodologia foi considerada segura.

Em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a criação de um marco regulatório capaz de avaliar o tema para conceder um registro especial e temporário para o mosquito transgênico produzido pela Oxitec, o OX513A.

Fonte: g1-Piracicaba e Região