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Agredido por PM em protesto deixa UTI e já consegue falar.

Boletim divulgado pelo Hugo informa que quadro de saúde é estável.

Em 09/05/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, agredido por um policial militar durante um protesto, foi transferido da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Humanizada para um leito de enfermaria. Segundo boletim médico divulgado pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) na manhã desta terça-feira (9), o paciente tem quadro de saúde estável, respira de forma espontânea e já consegue falar.

A transferência ocorreu na noite de segunda-feira (8). Na enfermaria, ele será acompanhado pela equipe de Neurocirurgia. No entanto, não existem novos procedimentos previstos. Ela já foi operado no dia 29 de abril com equipes da neurocirurgia e bucomaxilofacial.

O estudante foi internado no Hugo no último dia 28 de abril, após ser agredido com um cassetete pelo capitão da PM Augusto Samapaio durante protesto contra as reformas trabalhista e da previdência.

Durante a manifestação, mascarados entraram em confronto com policiais militares, momento em que o estudante foi atingido e ficou caído no chão. O capitão saiu correndo. Já o rapaz recebeu os primeiros socorros de outros manifestantes.

Um vídeo mostra em detalhes o momento em que Mateus levou o golpe no rosto. Fotos também registraram a agressão. O impacto foi tão grande que o cassetete quebrou com a pancada.

Apuração

O comandante geral da PM-GO, coronel Divino Alves de Oliveira, explicou que o capitão Sampaio, investigado pela agressão, foi afastado do patrulhamento das ruas e ficará exercendo apenas atividades administrativas enquanto o Inquérito Policial Militar que investiga a conduta dele não é concluído.

“Houve excesso, não há como fugir a esta situação, houve o excesso na ação praticada por esse policial militar e, em decorrência disso, o comando da instituição instaurou o inquérito policial militar que irá apurar as responsabilidade”, disse o coronel à TV Anhanguera.

Em nota, a corporação explicou que instaurou o procedimento “diante das imagens que circulam em redes sociais, quando da intervenção policial militar, que mostram a clara agressão sofrida” pelo estudante.

Na última quinta-feira (4), a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar abuso de autoridade do capitão da PM. O delegado titular do 1º Distrito Policial da capital, Izaías de Araújo Pinheiro, informou que recebeu pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e começou as investigações.

O secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, disse em entrevista coletiva, no último dia 2, que acompanhará de perto o Inquérito Policial Militar (IPM) que apura a conduta do policial que praticou a agressão. Ele destacou ainda que as ações são isoladas da conduta geral da PM, mas que os responsáveis devem responder pelos atos.

“Vamos usar todo rigor na apuração, obviamente com o direito à defesa [...]. Sem leniência, sem passar a mão por cima, sem fazer de conta que não aconteceu. Obviamente, estamos diante de um caso muito grave, que tem que ser gravemente apurado e, comprovadas as culpas, gravemente punido”, afirmou.

Apoio ao policial

A Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof-GO) realizou na última quinta-feira (4) um café da manhã em apoio ao capitão Sampaio. Na ocasião, o persidente do órgão, o tenente coronel Alessandri da Rocha Almeida, disse que não condena a atitude do colega e chamou os manifestantes envolvidos naquela situação de "terroristas".

"Poderia ter sido evitado sim [a agressão], se nós tivéssemos uma manifestação pacífica, não tivéssemos vândalos ali manifestando. Eu vou além. Vândalos não, terroristas. Porque eles estão usando tática de guerrilha urbana para poder enfrentar a Polícia Militar. E nós temos que acordar para isso", opinou.