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Análise de caixas-pretas de avião que caiu no Egito começa neste domingo.

Aeronave de empresa russa caiu no Sinai, matando 224 pessoas a bordo.

Em 01/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Investigadores egípcios e russos devem começar a examinar o conteúdo das caixas-pretas do avião russo que caiu neste sábado (31) no Egito nas próximas horas deste domingo (1º), informaram fontes judiciais e ministeriais, segundo a Reuters.

O Ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, e um time de investigadores de alto nível do país chegaram ao Cairo, neste domingo para ajudar as autoridades egípcias a determinar o que causou o acidente. As 224 pessoas a bordo morreram.

O Airbur A321, operado pela companhia aérea russa KogalimAvia, mais conhecida como Metrojet, saiu de Sharm El-Sheikh, cidade no litoral do Egito, e seguia para São Petersburgo, na Rússia.

Ele caiu em uma área montanhosa logo após perder contato com os radares perto de alcançar a altitude de cruzeiro.

 

O raio das buscas foi estendido neste domingo para 15 km, segundo um oficial militar envolvido nas operações a partir de uma base militar em Al-Hassana, no centro da província do Norte do Sinai, a cerca de 60 km do local da queda.

De acordo com este oficial, que pediu para não ser identificado, 163 corpos foram encontrados dos 217 passageiros e sete tripulantes. "Nós encontramos o corpo de uma menina de 3 anos a 8 km" de onde a maior parte dos destroços do avião caiu, informou.

Um inquérito foi aberto na Rússia e as instalações da empresa e do operador turístico foram revistadas. Investigadores da França e da Alemanha também são esperados neste domingo no Egito, um procedimento padrão para todos os incidentes envolvendo um Airbus, uma vez que os dois países são os principais membros do consórcio europeu que o construiu.

Tripulação
A tripulação do avião russo passou por exames médicos recentemente e nenhum problema foi detectado, informou a agência de notícias Interfax neste domingo, citando promotores.

"A tripulação passou por exames médicos antes de voar para Sharm el-Sheikh, e eles foram declarados aptos para voar", disse Maiya Ivanova, do gabinete da promotoria de transporte da região do Volga.

O Airbus A-321 transportava 217 passageiros, entre eles 138 mulheres, 62 homens e 17 crianças, além de 7 tripulantes. Segundo a Reuters, 214 eram russos e três ucranianos. O ministério russo das Situações de Emergência falou de passageiros de 10 meses a 77 anos de idade.

Estado Islâmico
O ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou no Twitter ser o responsável pela queda do avião. Apesar da reivindicação do grupo, uma primeira análise do local do acidente indica que a queda poderia ter sido causada por uma falha técnica. O Ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, disse à agência Interfax que a afirmação “não pode ser considerada exata”.

O primeiro-ministro do Egito, Sherif Ismail, disse no sábado após visitar o local da queda que não parecia haver nenhuma atividade suspeita na região, mas afirmou que os fatos não ficarão claros sem mais investigações.

A Rússia decidiu intervir no conflito sírio para apoiar o governo de Bashar al-Assad, e afirma bombardear alvos do grupo o Estado Islâmico e outros grupos "terroristas" que se opõem ao poder.

Especialistas militares questionados pela agência AFP consideram que os insurgentes do EI, presentes no norte do Sinai, não possuem mísseis capazes de atingir um avião a 30.000 pés. Mas eles não excluem a possibilidade de uma bomba a bordo, ou que tenha sido atingido por um foguete quando descia em razão de problemas técnicos.

Além disso, o ministro russo de Transporte disse que as autoridades egípcias não têm informações que confirmem a declaração do grupo jihadista. "Com base em nosso contato com o lado egípcio, a informação de que o avião foi abatido não deve ser considerada confiável", disse Maxim Sokolov, segundo a agência russa Interfax.

Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, Lufthansa e Emirates, anunciaram que não vão sobrevoar o Sinai "até novo aviso", por "medida de segurança", e enquanto aguardam os resultados das investigações.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de emergência russas para o local da queda. Putin decretou luto nacional neste domingo (1º).

Putin falou ao telefone com Abdel Fatah al-Sisi, presidente do Egito, para discutir a queda do avião russo no país. Al-Sisi ofereceu profundas condolências e prometeu criar condições para uma participação mais ampla possível de especialistas russos na investigação do acidente, segundo o Kremlin.

O premiê russo Dmitri Medvedev disse, em mensagem publicada no Twitter, que está profundamente chocado pela queda do avião. "A tragédia será exaustivamente investigada, e as famílias receberão apoio."

Fonte: G1