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Apesar confusão e bombas, carnaval deu 98% certo, diz secretário de SP.

Sturm afirma que PM só jogou gás após ser hostilizada.

Em 01/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O secretário municipal da Cultura de São Paulo, André Sturm, reconheceu nesta quarta-feira (1) que o carnaval da capital paulista precisa ser melhor organizado. A noite de terça-feira (28) terminou em confusão na Praça Roosevelt, na região central da capital paulista, após a Polícia Militar dispersar foliões com bombas de efeito moral perto de 0h, devido à região ser área residencial.

Segundo Sturm, o carnaval da capital neste ano deu “98% certo”.

O secretário disse que o combinado com os blocos era não ter barulho na madrugada e fim de noite na Praça Roosevelt e que dezenas de moradores ligaram para a Polícia Militar reclamando. Segundo a prefeitura, os PMs foram agredidos antes de reagir.

“Eu acho que esse é o desafio do carnaval de São Paulo. Como a gente consegue o equilíbrio entre a diversão dos foliões e o direito das pessoas que moram nos locais, as pessoas que querem transitar nos seus veículos. Eu acho que 98% do carnaval deu certo. Mas teve exceções, como foi ontem na praça Roosevelt”, afirmou Sturm.

Blocos migram para o Centro

Os blocos, que tradicionalmente tomaram as regiões de Pinheiros e Vila Madalena, na Zona Oeste de São Paulo, saíram também neste ano no Centro da capital, atingindo áreas residenciais. Havia um horário limite para os blocos acabarem até as 10h, determinado pela prefeitura.

Dos 391 blocos que saíram às ruas do carnaval paulistano neste ano, 113 saíram ou ainda vão sair no Centro de São paulo.

“Fica a rua tomada de gente, eles ficam alterados, é gritaria e quebra de vidro. Depois vem o buzinaço, porque os carros querem passar. O carnaval em si é festa, O pós carnaval, ontem, após as 20 horas é um inferno isso daqui”, afirmou a produtora de eventos Marilza Lojodice.

No Largo do Arouche, no Centro, a festa na terça-feira ficou por conta do bloco To de Bowie, que homenageou o cantor inglês David Bowie e transformou as músicas em carnaval. Já o Explode Coração homenageou Maria Bethania na região da Santa Cecília.

Mas, no fim de semana, houve problemas na Praça Roosevelt, porque os foliões continuaram na região após os blocos acabarem, madrugada a dentro. E, por causa do barulho, moradores dos prédios do entorno chamaram a polícia, que disse que foi hostilizada e teve que utilizar bombas de gás e de efeito moral para dispersar os foliões.

Houve muita correria e quem estava lá no local ficou revoltado com a ação da PM.

"Uma violência sem nome. A gente estava aqui aproveitando o carnaval, trocando ideia, conversando com amigos. E a polícia chegou tacando gás lacrimogênio em todo mundo", diz a designer gráfica e atriz Elaine Alves.

O secretário da Cultura da cidade afirma que vai começar a organizar o carnaval do 2018 já nas próximas semanas, para evitar problemas. O governador, Geraldo Alckmin, diz que toda a ação da polícia é filmada para melhorar a conduta da PM.

Na manhã desta quarta, as ruas estavam imundas no Centro da cidade. A presidente da Associação de Moradores da Consolação disse que os foliões xingaram os moradores do bairro após a chegada da PM.

“A gente não consegue dormir faz 4 dias. Nós chamamos a polícia e pedidos dispersão. Nós chamamos e não estamos de acordo. Esse lugar não é pra fazer pancadão”, disse a professora Marta Porta.

Por G1 São Paulo