ECONOMIA NACIONAL

Apoio ao agronegócio terá foco na criação de classe média rural, diz Kátia Abreu.

A formação de uma classe media rural é um dos principais objetivos, disse Kátia Abreu.

Em 02/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, disse hoje (2) que a formação de uma classe media rural é um dos principais objetivos para o polo agrícola do Matopiba (que compreende áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia). Lançado no início de maio, por decreto da presidenta Dilma Roussef, o plano de desenvolvimento do polo foca na ampliação do que a ministra classificou como uma das últimas fronteiras agrícolas do Brasil e do mundo.

“Todas as fronteiras agrícolas [do Brasil] se desenvolveram com know how dos produtores rurais do Sul do país, que foram muito bem-vindos e ajudaram muito o Brasil. Mas durante esse processo não houve uma política pública que pudesse amparar os produtores nativos, e eles ficaram sem assistência técnica, sem se envolver ativamente com o aumento de renda”, disse Katia Abreu na audiência pública de lançamento da Frente Parlamentar do Matopiba, na Câmara dos Deputados.

Com 73 milhões de hectares, distribuídos em 337 municípios, a região do Matopiba tem 5,9 milhões de habitantes e sofre cada vez mais com a concentração de renda. Dados apresentados pela ministra Kátia Abreu mostram que mais de metade da renda bruta da região é gerada por menos de 1% dos estabelecimentos agropecurários. A classe média compreende apenas 5,9% dos estabelecimentos rurais e participa de 26,74% da renda bruta da região. O restante da renda é distribuída pelos mais de 90% dos produtores rurais de baixa renda na região.

Segundo a ministra, as ações envolverão inicialmente 100 mil produtores, num investimento de cerca de R$ 400 milhões. Ela disse ainda que a chave para resolver a situação será dando ênfase a ações para “democratizar o acesso às tecnologias” pelos pequenos produtores. “O nosso objetivo era mostrar para o país e para o mundo que dá para fazer a produção agrícola de sucesso, mas sem deixar os pequenos produtores isolados. Iremos criar oportunidades para fornecer assistência técnica, extensão rural, qualificação profissional e crédito” afirmou.

Na audiência, acompanhada por parlamentares ligados ao agronegócio, Kátia Abreu prometeu que, para reduzir custos e aumentar a competitividade dos produtos agropecuários da região, o governo também vai investir em projetos de infraestrutura de logística como armazéns, estradas, ferrovias, hidrovias, portos e energia. "Verificaremos as estradas, principalmente as BRs 020 e 242, que cortam a região. Estamos levantando a questão da energia e também das áreas mais apropriadas para irrigação", disse a ministra, revelando que uma das metas é dobrar a área irrigável do Brasil.

O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Irajá Abreu (PMDB-TO), acredita que a frente, composta por 218 deputados, vai ajudar na implantação das obras de infraestrutura. “Todas as bancadas estão empenhadas em ajudar e dar a sua participação através das emendas individuais e das emendas de bancada em obras estruturantes como as rodovias”, segundo a ministra.

O Matopiba será responsável por 9,7% da produção de 201,5 milhões de toneladas previstas, na safra de 2014/2015. A soja é a principal cultura entre os quatro estados da nova fronteira agrícola brasileira. A Bahia deverá ter uma produção de 3,979 milhões de toneladas (aumento de 20,3% ante a safra 2013/2014), seguida do Tocantins 2,335 milhões de toneladas  (+13,5%), o Maranhão com 2,123 milhões (+16,4%) e o Piauí com 1,766 milhões de toneladas (+18,6%).

EBC