ECONOMIA NACIONAL

Após impeachment de Dilma, Bolsa segue em queda.

Já o dólar comercial registra alta de 0,27% ante o real, a R$ 3,249.

Em 31/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue em queda após a confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Às 14h38, o Ibovespa recuava 1,21%, aos 57.863 pontos, seguindo o mercado externo. Já o dólar comercial registra alta de 0,27% ante o real, a R$ 3,249.

Na avaliação de Cleber Alessie, operador da Corretora H.Commcor, o afastamento tem pouca influência sobre os negócios porque já era esperado. A partir de agora, toda a atenção dos investidores ficará concentrada nas medidas de ajuste fiscal do governo Michel Temer, sendo que o primeiro teste será a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limitará os gastos públicos.

"Esse é um tema que mete diretamente com o ajuste fiscal. Agora o mercado quer saber o q ue o Temer vai fazer. Ele disse o que queria entregar e agora o mercado vai cobrar. Se essas medidas não saírem, será uma decepção", disse, lembrando que, na visão dos agentes do mercado financeiro, a troca de governo era importante para essa mudança na política fiscal.

Já a queda da Bolsa está atrelada ao cenário externo. Rogério Freitas, sócio-diretor da Teórica Investimentos, lembra que desde a semana passada os investidores começaram a questionar o otimismo em relação às políticas de estímulo por parte dos bancos centrais das economias mais desenvolvidas. O temor de que esse aumento da liquidez internacional possa sofrer um freio e as dúvidas em relação ao aumento de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o bc americano) levam a uma maior aversão ao risco.

"Há um receio global com o otimismo excessivo dos últimos meses. Há uma dúvida sobre qual será a velocidade da aceleração dos juros nos Estados Unidos. Tudo isso faz com que o mercado fique mais prudente em relação à tomada de risco", disse.

Para ele, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, , tem pouco efeito nos negócios. É esperada ainda a votação pelo afastamento da presidente Dilma.

"O PIB veio dentro do esperado e o que prevalece é o exterior. Pode ter alguma mudança ao longo do dia", completou.

Entre os destaques de queda, os papéis da Vale caem com força. Os preferenciais (PNs, sem direito a voto) recuam 2,97%, e os ordinários (ONs, com direito a voto) caem 2,83%. As ações da Petrobras também caem com força, embora tenham iniciado o pregão em alta. As PNs têm desvalorização de 1,60% e as ONs de 2,70% - o barril do petróleo do tipo Brent cai 2,83%, a US$ 47.

O Ibovespa acompanha o movimento dos principais indicadores externo. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,38% e o S&P 500 recua 0,35%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, cai 0,42%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, tem desvalorização de 0,06%. Em Londres, o FTSE 100 recua 0,44%.

Já no mercado de câmbio, o dólar está perto da estabilidade. O "dollar index", calculado pela Bloomberg, tem leve recuo de 0,03%.

Após o fechamento dos mercados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga se mantém ou altera a taxa de juros básica. A expectativa é que a Selic seja mantida em 14,25% ao ano.

Alessie, da H.Commcor, lembrou ainda que se o Copom sinalizar que está perto de reduzir os juros, isso irá pressionar o dólar para cima.

Fonte: Agência O Globo