EDUCAÇÃO

Aposentada realiza sonho ao cursar veterinária: Me rejuvenesceu, diz.

Aos 56 anos, Rosângela Goemeri está no 2º semestre do curso em Avaré.

Em 19/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após se aposentar e os dois filhos saírem de casa para estudarem fora, a moradora de Avaré (SP) Rosângela Baroni Goemeri decidiu realizar seu antigo sonho: cursar medicina veterinária. Aos 56 anos, ela voltou a estudar e conseguiu passar no vestibular de uma universidade do município no início do ano. Para ela, era algo que não ia mais acontecer.

“Só em outra vida ia conseguir estudar veterinária, eu achava. Mas acabou que no fim do ano passado, depois da morte da minha mãe, de 96 anos, que eu cuidava e dos meus dois filhos irem estudar na Unesp de Ilha Solteira, vi que as coisas se encaixaram para voltar a estudar. Meus filhos e marido me apoiaram quando decidi entrar na faculdade e resolvi ir atrás”, conta.

De acordo com a aposentada, o amor pelos animais é desde sua infância. Contudo, como na época em que terminou o ensino médio não havia o curso de veterinária na cidade e região, ela resolveu estudar educação artística entre os anos de 1977 e 1979. “Porém, não exerci a profissão porque passei em um concurso público para trabalhar em um banco público. Fiz outras coisas na vida, me casei e tive os filhos. Mas desde a infância queria fazer veterinária e sempre gostei de animais, tanto é que tenho quatro gatos, um cachorro e uma égua que deixo em uma fazenda. Foram 40 anos de espera por esse momento”, ressalta.

Rosângela prestou o vestibular em setembro do ano passado e, segundo ela, tirou a maior nota entre os candidatos que prestaram. A matrícula foi feita no fim do ano passado, após a morte da mãe, e as aulas começaram em 1º de fevereiro deste ano, justamente no aniversário de 30 anos de casamento.

“Consegui tirar a maior nota mesmo sem ir à escola há 40 anos. Estudei e consegui passar. Como estava feliz no primeiro dia de aula, algo que tanto sonhei. Sem contar que foi no dia de aniversário de 30 anos de casamento. Eu participei do trote como qualquer outro aluno, levei ovada e até farinha. Falo para os meus amigos de sala que sou como um deles, porque a faculdade me rejuvenesceu muito. Hoje tenho cabeça de 18 e ‘corpinho’ de 55 anos”, brinca.

A aposentada conta que enfrentou dificuldades com as matérias de biologia e química no primeiro semestre do curso, mas que conseguiu ficar sem nenhuma matéria em dependência. Segundo ela, seu plano para quando se formar é ser ativista e cuidar dos animais abandonados.

“Estudo para que um dia possa ser uma ativista que cuida de animais de rua com conhecimento veterinário. Muitas pessoas que fazem essas atitudes, como recolher e cuidar de abrigos, não têm conhecimento. Aí elas procuram um profissional que muitas vezes não é achado e que em outras situações cobra muito caro pelo serviço”, completa.

g1/ Itapetininga