TEMAS GERAIS

Aprovados no concurso da PRF e sindicato fazem mobilização no ES.

Representantes do senado e câmara federal acompanham discussão.

Em 16/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Quem passou pelas estradas federais, que cortam o Espírito Santo, no último feriado, pôde observar que faixas foram colocadas nos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) chamando a atenção para o baixo efetivo da categoria e a necessidade da convocação dos aprovados no último concurso federal de 2013.

Os 716 candidatos aprovados no concurso aguardam, sem data prevista, a convocação para realizarem o Curso de Formação Profissional. A autorização deverá ser do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), mas o concurso vence em maio de 2016.

Os cartazes nos postos foram colocados pelo Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Espírito Santo (Sinprfes) e por uma comissão formada pelos canditatos aprovados.

Sindicato
O presidente do Sinprfes e um dos diretores da Federação Nacional da PRF, Itler de Oliveira, disse ao G1 que a situação do estado, quanto ao número de policiais, é preocupante. Ele disse que é necessária a contratação imediata.

“Em 2013, foi feito um estudo com base no volume de ocorrências para detectar o número ideal para prestar um serviço de qualidade. Na época, éramos em 250 e foi constatado que o ideal seria trabalharmos com 350 policiais nas ruas. Um ano se passou desde o levantamento, e muitos colegas já se aposentaram, outros estão de licença, receberam incentivos ou assumiram outros cargos. Então, por causa do tempo, a defasagem é ainda maior”, explicou Itler.

O presidente do sindicato disse que o estudo levou em conta documentos com o número de ocorrências e produções criminais. O Espírito Santo tem o trecho da BR mais perigoso do Brasil.

Um relatório do Instituto Econômico de Pesquisas Aplicadas (Ipea), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apontou que um trecho de 10 quilômetros da BR-101, localizado no município da Serra, na Grande Vitória, é o mais perigoso entre as rodovias federais do país.

Itler informou que mesmo assim, o trabalho da equipe do Espírito Santo é eficiente. O número de acidentes vem reduzindo por causa de operações e radares, mas ainda é necessário mais gente trabalhando para reduzir os números.

“A presença do policial nas estradas inibe os motoristas a cometerem mais infrações e acidentes. Por isso, precisamos valorizar a nossa categoria e reforçar o nosso trabalho. Os aprovados no concurso deviam ser chamados o quanto antes”, disse Itler.

O presidente contou que a turma da Polícia Rodoviária Federal do ano 1994 está prestes a se aposentar, o que vai representar, em um curto tempo, ainda menos efetivo nas ruas.

“São aproximadamente 4 mil colegas que já trabalharam por mais de 20 anos e que, gradativamente, estarão se aposentando. Por esses e outros motivos, fica clara a necessidade de convocação imediata desses aprovados. Gente para trabalhar tem. Se eles não forem chamados, será um desperdício de dinheiro muito grande. Um absurdo”, disse.

Comissão
Uma comissão foi formada pelo aprovados no concurso de 2013 para acompanhar o andamento do processo. Um dos membros da Comissão Nacional dos Aprovados no Concurso, Marcos Nogueira, conversou com o G1 sobre a situação do grupo.

Ele explicou que 109 mil se inscreveram para o concurso. “Já passamos por todas as etapas, só falta investigação social e o curso de formação, que tem duração média de 100 dias. A primeira fase foi a prova de múltipla escolha, em seguida fizemos a prova física, depois os exames psicotécnico e médicos. O edital tem 1000 vagas e mais 900 para o cadastro de reserva. Depois disso, 1125 foram chamados e apenas 950 se formaram. Destes, 79 não tomaram posse. Pelos nossos acompanhamentos, 129 vagas ainda estão abertas, não foram preenchidas”, detalhou Nogueira.

O membro da comissão disse que há dois meses foi feito um novo curso de formação e convocaram mais 50 reservas. Destes, 43 se formaram. “Ao todo, ainda tem 80 vagas do concurso em aberto. As mil vagas ainda não foram devidamente preenchidas. A comissão vai lutar por todos os 716 que passaram e aguardam no cadastro de reserva”, afirmou.

Nogueira disse que a intenção é demonstrar aos órgãos públicos a importância da convocação do cadastro de reserva. "O custo é ínfimo em comparação aos benefícios de mais policiais nas ruas. Eles inibem as imprudências no trânsito, tráfico de drogas, tráfico de pessoas e contrabando. Sem contar que houve um aumento muito grande da frota de veículos e o número de policias não acompanhou o esse crescimento para a fiscalização”, disse.

A comissão matém o diálogo com o Ministério do Planejamento e de Justiça, mas eles ainda não deram respostas. “A convocação tem que ser 100 dias antes do término da validade. Se ficar muito próximo, não vai dar tempo”, alertou.

Câmara Federal
O deputado federal Paulo Foletto (PSB-ES) e vice-líder da Bancada Federal no Congresso Nacional acompanha a situação da classe. Ele informou que sua última ação foi um ofício em abril solicitando a prorrogação do prazo do concurso, que expiraria em maio deste ano.

Foletto defendeu o aumento do efetivo e nomeação dos aprovados. "A Polícia Rodoviária Federal é uma das instituições públicas com maior credibilidade entre os brasileiros. É importante o reconhecimento do cadastro de reserva e a contratação do pessoal pelo governo federal. Estamos alertando continuamente na Câmara Federal que o governo precisa investir na Polícia Rodoviária Federal para garantir a segurança das estradas federais aos brasileiros. Esperamos realmente que o Ministério do Planejamento e Orçamento convoque todos do cadastro de reserva até maio de 2016", disse o deputado.

Senado
O senador Ricardo Ferraço tem conhecimento da comissão formada e acompanha os diálogos em Brasília. "Estamos trabalhando para convencer a importância da categoria. Esta é uma luta  nacional e estamos nos empenhando, mas não temos nada de concreto. É até difícil falar sobre o assunto no ambiente tão volúvel, por causa das restrições fiscais. O governo federal se meteu em um crise fiscal e não sinaliza positivamente sobre isso. Vamos continuar insistindo e os Policiais Rodoviários Federais continurão se desdobrando nesse momento de incerteza, infelizmente. Sei que é uma categoria que precisa de reestruturação de carreira e tem a necessidade de ser reconhecida ", disse em entrevista ao G1, nesta terça-feira (13).

PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou ao G1 que é favorável a formação e nomeação dos aprovados pois o departamento tem demanda por novos policiais.

Ministério do Planejamento
O G1 procurou o Ministério do Planejamento para falar sobre o concurso e convocação dos aprovados. Segundo o órgão federal, as nomeações, dentro do número de vagas, estão mantidas e asseguradas dentro do prazo de validade final dos concursos.

Fonte: G1-ES