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Após Deu onda, MC G15 diz não ter medo de sucesso passageiro.

G15 diz que vai continuar a fazer versões leves .adaptadas para a mídia.

Em 17/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O g1 e o G15 não tiveram um contato tão fácil quanto os nomes quase iguais podem sugerir. Foram várias tentativas frustradas de falar com o funkeiro nascido em Duque de Caxias (RJ) e atual morador de São Paulo. É que o cantor do hit repentino "Deu onda" não tem tempo para nada desde que a música rompeu a barreira do funk de SP se tornou a mais ouvida no Brasil.

Gabriel Paixão Soares, 18 anos, fã de Tim Maia, chega a fazer quatro shows em um dia (e tem que aparecer em todos, ao contrário do finado ídolo). A média é de 50 por mês. Não é novato: canta desde os 15 e já estava em alta rotação na cena paulista com "Você foi diferente" e "Sua malvada". Agora é nome nacional. Entre uma viagem e outra para cantar "meu fechamento é você, mozão", respondeu às perguntas por e-mail.

As outras letras têm até mais teor sexual que "Deu onda", que ganhou versão "light" para serviços de streaming, de onde não sai do 1º lugar desde o ano passado. Para não perder a "ousadia" e, ao mesmo tempo, continuar frequentando TVs e rádios, ele pretende manter o esquema duplo. "Nos shows elas [músicas com palavrões] são necessárias, e para mídia precisam ser adaptadas", diz.

O cantor trabalha para aproveitar o sucesso ao máximo. Ele já recebeu convite da Banda Vingadora (do hit de 2016 "Metralhadora") para subir no trio elétrico em Salvador. Ainda não confirmou, mas quer participar do "maior Carnaval do país". E G15 não tem medo de ser sucesso de um verão só. "Medo de passar? Não tenho não. Isso me dá ânimo para continuar".

Leia a entrevista abaixo.

Pergunta - Como a vida com sua namorada [que inspirou 'Deu onda'] mudou após o hit? Soube que foi aniversário dela, o que você deu de presente?
G15
- Estamos mais juntos que nunca, mesmo quase não tendo tempo. Ela me apoia muito e isso me dá muita vontade de cada vez mais poder correr atrás. Ela está muito feliz com tudo que vem acontecendo. Foi aniversário dela sim, fiz uma festa surpresa e trouxe minha família do Rio.

Pergunta - O DJ Jorgin [produtor de ‘Deu onda’] falou que a diferença do seu vocal é a ‘pegada carioca’. Você acha que faz uma ponte entre funk do Rio e de São Paulo?
G15 -
Eu sempre tive influências do funk carioca assim como o funk paulista. E mistura muito, pois as referências são dos dois Estados. Eu sou do Rio, não teria como não ter uma influência.

Pergunta - Quem são suas maiores referências na música?
G15
- Meu maior ídolo é o Tim Maia, acho o melhor cantor que já existiu. Na gringa, Michael Jackson foi e sempre será influência e inspiração para todos os cantores que surgiram.

Pergunta - Quantos shows você tem marcado para este mês? O que vai comprar com o primeiro dinheiro que chegar de ‘Deu onda’?
G15 -
Estamos fazendo em média 50 shows por mês. Mas varia muito na semana. Chego a fazer quatro shows em um dia. Já comprei meu apartamento em SP com o primeiro dinheiro. E, claro, estou podendo realizar meu sonho de ajudar mais ainda minha família.

Pergunta - Você já tinha feito duas versões light de “Deu onda” e agora na TV cantou uma ainda mais leve, sem a palavra “maconha”. Não tem medo de perder a identidade?
G15 -
Então, na verdade não existe isso de perder a identidade. Se não pode falar a palavra, substituímos. Mas nos meus shows toca normal. Não tenho esse medo não, pois as pessoas já ouviram como é a letra e já conhecem.

Pergunta - Qual seu vídeo preferido de famosos dançando ‘Deu Onda’? Já conheceu algum deles?
G15 -
Não tem um vídeo só, acho que o que dá onda é ver todos fazendo os vídeos. Anitta, Neymar, o pessoal de Malhação, os jogadores em geral, acho que todos são preferidos, pois é uma homenagem ao meu trabalho. Conheci o ator Marcello Melo Jr, que gravou. Ele esteve em um programa de TV comigo, e outros que já encontrei em shows, mas falta conhecer muitos que ainda não tive oportunidade.

Pergunta - Você já teve convites para o Carnaval? Cantaria num trio elétrico?
G15 -
Tive convite sim, das Vingadoras. Tendo agenda, com toda certeza irei participar desse Carnaval que é o maior do país. [A assessoria de imprensa do cantor confirmou que o convite para o Carnaval de Salvador foi recebido e sua equipe está ‘verificando disponibilidade de agenda para poder participar’].

Pergunta - O sucesso no funk de SP é muitas vezes passageiro. Acha que pode acontecer isso com você? Tem medo que passe rápido?
G15 -
Eu canto desde os 15 anos. Sempre fiz meus shows e já tenho uma carreira no funk. Sempre cantei bastante, mas agora minha música atingiu a grande massa... Medo de passar? Não tenho não. Isso me dá ânimo para continuar sempre fazendo meu trabalho e correndo atrás dos meus ideais, pois isso só prova que é possível fazer sucesso. Só precisamos trabalhar para isso.

Pergunta - Depois do sucesso de ‘Deu onda’, você pensa em gravar músicas um pouco mais leves, com menos palavrões, já que você tem um público maior?
G15 -
Eu sempre fiz músicas que tinham palavrões, e sempre tiveram uma aceitação muito forte. Acho que são momentos diferentes para poder apresentá-las. Nos shows elas são necessárias, e para mídia precisam ser adaptadas. Acredito que serão balanceadas, nem muito nem pouco, na medida. Mas que com certeza irão dar onda sempre.

g1/São Paulo