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Após polêmica, Doria cancela distribuição de farinata

Prefeitura de São Paulo ampliou compra de alimentos orgânicos.

Em 16/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após a polêmica negativa da farinata, o prefeito João Doria (PSDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (16) que desistiu de incluir o produto nas merendas escolares e como complemento nos alimentos destinados aos abrigos da assistência social.

O uso da farinata foi anunciado por Doria no início de outubro e causou polêmica. O produto chegou a ser classificado como ração por especialistas. O Conselho Regional de Nutricionistas criticou a medida, e o Ministério Público abriu procedimento para acompanhar a iniciativa.

"Dada a polêmica do fato nós tomamos a decisão de encerrar completamente", disse o prefeito.

"Já tínhamos anunciado isso há duas semanas, inclusive. Há 15 dias nós decretamos claramente que não utilizaríamos mais a farinata, não pelo aspecto intrínseco dela, mas o efeito da polêmica em torno dela entendemos que não seria adequado insistir nesse projeto, embora com todos os valores e toda a recomendação da Cúria Metropolitana de São Paulo. Eu quero lembrar que o princípio da farinata é exatamente o mesmo da farinata que a doutora Zilda Arns durante anos até sua morte no Haiti utilizou", completou.

O prefeito apresentou o projeto "Alimento Saudável" para ampliar a compra de produtos da agricultura familair e de orgânicos para a merenda escolar da rede municipal de ensino.

A gestão prevê que vai gastar até o final do ano cerca de R$ 15 milhões em produtos de agricultura familiar, além de ampliar a compra de arroz, banana, hortaliças, verdura e açucar orgânicos produzido na capital paulista.

"Da agricultura familiar, a Prefeitura já compra desde 2012 quando houve uma pequena compra e foi sendo ampliado. Mas uma chamada específica para agricultores da cidade de São Paulo é a primeira vez agora. Não havia isso antes", afirmou o secretário municipal de Educação Alexandre Schneider.

Questionado se a polêmica da farinata proporcionou uma refeição mais natural aos alunos, o secretário da Educação negou e disse que o projeto já era realizado. "Essa política já vinha sendo adotada. Então quando se iniciou essa discussão a gente não faz isso de uma hora pra outra. Tudo que a gente mostrou aqui, essa melhoria, essa ampliação, ela começou desde o início [da gestão]", disse. Por dia são servidas 2,5 milhões de refeições segundo ele.

O aplicativo Prato Aberto, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a UNESCO, passa a funcionar em dezembro. Ele permite que os pais acompanhem o cardápio da merenda dos filhos.

A Prefeitura também anunciou um aplicativo de celular para os pais poderem acompanhar o cardápio que é servido em todas as escolas municipais. O aplicativo Prato Aberto, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a UNESCO, começa a funcionar em dezembro.

Folhas

Neste sábado (11), a Secretaria Municipal de Educação publicou no Diário Oficial um chamamento público para compra doa alimentos conforme determina o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os interessados têm até o dia 6 de dezembro para apresentar sua documentação.

Apesar dos alunos já comerem verduras frescas nas merendas, será a primeira vez que o critério de compra local será executado na sua íntegra, ou seja, cooperativa e município da mesma localidade. Esse é o critério básico da Lei do PNAE, por promover circuitos curtos entre a produção e o consumo.

Serão adquiridos acelga, alface crespa, alface americana, cebolinha, couve, escarola, repolho e salsa que serão distribuídos para as unidades escolares de 18 prefeituras regionais.

Em Parelheiros e em São Mateus existem agricultores que trabalham com sistema orgânico e em sistema de conversão de convencional para orgânico. E essa passa a ser também uma ação para o cumprimento da política municipal de aquisição de alimentos orgânicos para a alimentação escolar, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

(Foto: Rosanna Perroti/Divulgação)