ECONOMIA INTERNACIONAL

Argentina ganha fôlego para pagar dívida de US$ 27 bilhões

O governo ainda emitiu um novo débito de US$ 200 milhões.

Em 16/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Banco Central da Argentina conseguiu renovar o total de uma dívida que vencia nesta terça-feira (15) e ainda emitiu mais títulos de dívida, em um sinal comemorado pelo governo como um “voto de confiança” do mercado na economia do país.

O valor da dívida que venceria nesta terça era de 671 bilhões de pesos argentinos (o equivalente a cerca de US$ 27 bilhões). Pela manhã, o BC recomprou parte dessa dívida, em uma operação que reduziu o débito a 616 bilhões de pesos (ou cerca de US$ 15 bilhões). No final do dia, conseguiu renovar 100% desse valor, dividindo em montantes com vencimentos entre 36 e 154 dias.

Além disso, o BC fez uma emissão de mais 5 bilhões de pesos em uma nova dívida, o equivalente a aproximadamente US$ 200 milhões.

Na prática, o BC conseguiu trocar uma dívida que venceria nesta terça por várias com vencimento entre 36 e 154 dias. Os investidores serão remunerados com taxas de juros de 38% a 40%.

A preocupação do governo era de que, em meio às incertezas em relação à economia do país, os investidores não aceitassem a renovação dos investimentos em peso em forma de letras do Banco Central (Lebacs) e, no lugar disso, optassem por operações em dólar. Isso faria o valor da moeda dos Estados Unidos disparar ainda mais sobre o peso, que vive um momento de forte desvalorização.

Impasse financeiro

Pouco mais de dois anos depois de encerrar a disputa com os chamados “fundos abutres”, a Argentina se vê agora diante de um novo impasse financeiro. Com sua moeda despencando, o país subiu a taxa de juros ao maior patamar do mundo, consumiu boa parte de suas reservas em dólares, buscou ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e agora tenta buscar a confiança de investidores para evitar uma nova corrida cambial.

O custo desse acúmulo de problemas acaba pesando diretamente no bolso dos argentinos. A expectativa é de disparada de inflação, superando as projeções iniciais. Além disso, o crescimento da economia do país neste ano deve ser menor que o previsto. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, admitiu que "a Argentina terá mais inflação e menos crescimento num curto prazo".

(Foto: Martin Acosta/Reuters)