EDUCAÇÃO

Assembleia na Ufes decide por greve estudantil.

Diretório Central dos Estudantes não reconhece legitimidade da votação.

Em 10/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma assembleia realizada por estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus Goiabeiras, em Vitória, decidiu pela greve, na noite desta quarta-feira (9). Apesar da decisão, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que não reconhece o resultado e que vai convocar uma nova reunião.

Centenas de estudantes da Ufes participaram da votação, que aconteceu em frente ao prédio da Reitoria. A reunião foi convocada pelo Conselho de Entidades de Base, formada pelos Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos.

O estudante de Ciências Sociais e relator da assembleia, Leonardo Muniz, explicou que 1.173 alunos foram a favor da greve e 731 contra, em votações que ocorreram em todos os campi da Ufes.

Durante a votação, houve uma confusão entre a direção do DCE e os membros da mesa da assembleia. Por não concordar com o método de votação estabelecido, segundo o DCE, quem era contrário à paralisação no campus de Goiabeiras decidiu não votar.

Pela forma estabelecida, os alunos que não quiseram aderir à paralisação deveriam ir para um lado do prédio e os favoráveis para o outro. A contagem dos votos foi feita pela mesa que comandou a reunião.

"O DCE não reconhece a votação e vai convocar uma nova assembleia. Foi um método muito aberto. O correto seria fazer uma votação em lista, como foi feito nos outros campi", argumenta o presidente do DCE, Rafael Simões.

Para Leonardo Muniz, que é membro da chapa de oposição ao DCE, o movimento é legal e os estudantes estão em greve.

"O DCE não vem apoiando as ocupações, os movimentos de luta dos estudantes. O Diretório tem que acatar a decisão dos estudantes. A assembleia é legal porque o Conselho tem legitimidade para convocá-la e o método foi definido no encontros. Os estudantes da universidade estão em greve", disse.

Os estudantes protestam contra medidas do governo Michel Temer, como a PEC 55, que estabelece um teto para os gastos públicos e Medida Provisória 746, que reforma o ensino médio.

Também nesta quarta-feira, os servidores técnico-administrativos da Ufes, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores (Sintufes), decidiram decretar greve.

A paralisação começa no dia 16 de novembro. Na próxima sexta-feira (11), os professores vão decidir se também paralisam as atividades na universidade.

Fonte: g1-ES