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Ativista Joshua Wong é deportado pelas autoridades tailandesas.

Wong daria palestra na quinta (6) em uma universidade de Bangcoc.

Em 05/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Joshua Wong, o ativista de Hong Kong que liderou os protestos democráticos em 2014, foi deportado nesta quarta-feira (5) da Tailândia, horas depois de ter sido detido durante sua chegada a Bangcoc, informou seu partido político, Demosisto.

Wong, que daria uma palestra na quinta (6) em uma universidade de Bangcoc, seguiu em um voo em direção a Hong Kong por volta das 13h (hora local), partindo do Aeroporto de Bangcoc, onde havia chegado na madrugada, afirmou Demosisto, em sua página no Facebook.

O estudante tailandês que o convidou, Netiwit Chotipatpaisal, afirmou que as autoridades tailandesas agiram a pedido do governo chinês, segundo um comunicado da organização política.

Fontes oficiais tailandesas negaram que tivessem conhecimento da detenção de Wong no aeroporto, enquanto porta-vozes da polícia afirmavam ao jornal "The Nation" não ter registro da chegada do ativista ao país.

No entanto, fontes da polícia de imigração afirmaram para a emissora "Voice TV" que Wong foi indiciado sob acusações de ameaça à segurança do Estado.

Wong tinha sido convidado para dar uma conferência sobre seu ativismo a favor da democracia, na comemoração do massacre de estudantes da Universidade de Thammasat, que na quinta completa 40 anos.

No dia 6 de outubro de 1976, dezenas de estudantes foram mortos por grupos paramilitares ultramonárquicos e de extrema-direita dias após um protesto contra o retorno ao país de dois ditadores derrubados três anos antes.

Os estudantes ficaram presos no campus da universidade antes dele ser invadido pelos ultras, que mataram dezenas deles e feriram centenas, o que levou muitos outros a juntar-se aos guerrilheiros comunistas ou fugir para o exílio.

Wong foi deportado em maio de 2015 da Malásia, depois que as autoridades locais impediram sua entrada no país para participar de vários fóruns sobre o movimento pro-democrático de Hong Kong e o massacre de Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989, que custou a vida a centenas de pessoas nas mãos das forças de segurança do regime de Pequim.

Fonte: EFE