ESPORTE INTERNACIONAL

Atleta brasileira desiste de salto do Pan e fica em 27º.

Atleta de 19 anos faz apresentação mediana no Mundial e é eliminada na primeira fase.

Em 29/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O plano inicial era arriscar. Porém, a cautela falou mais alto. Sem tempo adequado para treinar entre os Jogos Pan-Americanos e o Mundial de Kazan, Ingrid Oliveira acabou desistindo de tentar na Rússia o salto que errou em Toronto. Nesta quarta-feira, nas eliminatórias da plataforma de 10m, a atleta de 19 anos optou por uma série mais conservadora - a mesma que apresentou na final no Canadá -, mas não conseguiu repetir o nível dos saltos e acabou apenas na 27ª colocação entre as 37 participantes.

Outra brasileira na disputa, Giovanna Pedroso, de 16 anos, conseguiu ficar à frente de Ingrid. Ela obteve sua maior marca pessoal em competições internacionais, mas terminou em 22º lugar. As duas acabaram fora da semifinal, disputada apenas pelas 18 melhores saltadoras da primeira fase.

Abrindo a série com um salto de baixo grau de dificuldade, Ingrid terminou a primeira rodada apenas na 35ª posição - antepenúltima. Na sequência, foi elevando a complexidade dos movimentos e subindo na classificação. Porém, nos dois últimos saltos, recebeu 58,50 e 60,80 - bem abaixo dos 64,50 e 84,80 que havia conseguido no Pan. Com 291,95 pontos no total, Ingrid ficou a 15,20 da nota mínima para avançar à semi: a malaia Nur Binti Dhabitah Sabri foi a 18ª das eliminatórias com 307,15 pontos..

- Não fiquei muito satisfeita. Queria ter entrado entre as 18. Fiz um salto na série com grau de dificuldade muito baixo, porque o que eu queria fazer (aquele que errou no Pan), não consegui preparar. Ainda assim, acho que poderia ter me saído melhor. Não errei nenhum salto feio, mas também não acertei. Foi mediano - avaliou Ingrid.

Participando pela primeira vez do Mundial, a atleta do Fluminense sentiu algumas dificuldades com a estreia. Segundo ela, principalmente na demora entre um salto e outro por conta do grande número de atletas participantes da eliminatória.

- A gente não está tão acostumada a ficar tanto tempo para executar o salto. Essa demora atrapalha um pouco. Fica ali ouvindo música, tentando não perder a concentração. Alonga toda hora. Mas atrapalha um pouco. Acho que se fosse uma prova mais rápida eu poderia ter me saído melhor.

Ingrid também considerou o nível bastante alto em Kazan. Em comparação com a última edição do Mundial, em Barcelona (2013), a nota mínima para avançar à semifinal subiu mais de 27 pontos: de 279,25 para 307,15. Ainda assim, acredita que tinha condições de se classificar e creditou o resultado ruim ao cansaço por conta da maratona desde o Pan. Após a disputa no Canadá, a delegação dos saltos voltou ao Brasil no dia 16 de julho e, menos de 48 horas depois, embarcou em viagem de dois dias até a Rússia, onde teve menos de uma semana para se preparar.

- O nível estava bem alto. Tinha duas chinesas. Todos os melhores do mundo, que vão estar ano que vem nas Olimpíadas, estavam aqui. A competição foi bem pesada. Mas eu também não estava muito bem. Estou cansada. Meus treinos foram razoáveis e minha competição também. Levamos três dias para chegar aqui, não tivemos muito tempo para descansar. Acho que foi isso.

Giovanna supera nervosismo e comemora resultado

Ainda mais jovem que Ingrid, Giovanna Pedroso também fez em Kazan sua estreia em Mundiais. A saltadora de 16 anos do Tijuca Tênis Clube admitiu que sentiu o peso de enfrentar as melhores atletas do planeta, mas saiu satisfeita com o resultado.

- Fiquei bem nervosa. O nível estava bem alto. Elas competiram super bem. Foi uma boa experiência... Meu técnico elogiou bastante por ser meu primeiro Mundial e também por eu não estar 100%. Poderia ser melhor, mas eu gostei. Foi minha maior pontuação em competição fora, então acho que foi bom - afirmou.

Giovanna fez o caminho inverso de Ingrid em sua série. Logo em seu primeiro salto, arriscou um movimento de alto grau de dificuldade e somou 60,80 pontos. Na sequência, tirou sua maior nota na prova, 67,20, e chegou a ocupar a 10ª colocação após a segunda rodada. No entanto, a jovem brasileira não conseguiu manter o ritmo e foi perdendo posições nas rodadas seguintes e chegou ao final na 22ª colocação, com 301,40 pontos, sua melhor marca em competições fora do Brasil.

- Acho que vou chegar bem mais confiante nas próximas competições. Isso aqui foi uma preparação para a Copa do Mundo. Já vi como as coisas funcionam e vou chegar melhor lá - concluiu Giovanna.

Eliminadas na plataforma de 10m, Ingrid e Giovanna encerraram a participação em Kazan. Na última segunda-feira, as duas disputaram as eliminatórias da plataforma de 10m sincronizado. Medalhistas de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, não conseguiram repetir o bom desempenho e terminaram em 15ª, fora da final, que conta apenas com as 12 melhores duplas. Ingrid ainda participou da plataforma de 10m sincronizada mista, ao lado de Luiz Felipe Outerelo, e ficaram na 12º colocação.

O próximo grande desafio das jovens atletas será a Copa do Mundo de saltos ornamentais, marcada para fevereiro do ano que vem, no Rio de Janeiro - evento teste para os Jogos Olímpicos. A competição também será a última seletiva olímpica. Apesar de o Brasil ter vagas garantidas nas provas sincronizadas por ser país-sede, os saltadores terão que buscar a classificação nas provas individuais.

Fonte: GE