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Atleta paralímpica pedirá eutanásia após competir na Rio 2016.

Marieke Vervoort sofre de doença degenerativa.

Em 08/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A atleta, de 37 anos, sofre de uma doença degenerativa que a paralisou da cintura para baixo, e já anunciou a sua intenção de se submeter à eutanásia — legal na Bélgica desde 2002 para doentes incuráveis que padeçam de um sofrimento físico e psíquico insuportáveis –, depois dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. “O Rio é o meu último desejo. Treino muito, apesar de ter de lutar dia e noite contra a minha doença. Espero terminar a minha carreira num pódio no Rio de Janeiro”.

Para Marieke, ao terminar a carreira no desporto de alta competição, acaba a sua “única razão de viver”. Teve de abandonar muitos desportos, e já só consegue fazer corridas em cadeira de rodas. “É muito difícil descobrir, ano após ano, aquilo que já não consigo fazer”, lamenta.

Marieke Vervoort já tem os papéis tratados para a eutanásia. Na Bélgica, esta forma de morrer é legal desde que três médicos deem o seu consentimento por escrito. E o funeral também já está planeado: “Quero que toda a gente tenha um copo de champanhe na mão e se lembre de mim”.

“Toda a gente me vê sorrir com a minha medalha de ouro, mas ninguém vê o lado negro. Sofro muito, às vezes durmo dez minutos por noite”, diz Marieke. E acrescenta: “É inútil queixar-me”.

A campeã paralímpica, que também é campeã do mundo desde o campeonato mundial de Doha, no Qatar, em 2015, irá participar nas provas de 100 e de 400 metros, no Rio de Janeiro. Ganhar uma medalha é ainda uma incerteza. Mas irá seguramente ficar na memória desportiva como uma lenda olímpica, que a competição manteve viva.

Fonte: Gazeta Online