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Atletas de futebol, golfe e hóquei envolvidos nos "Panama Papers".

São dados divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Em 04/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Do argentino Lionel Messi a Michel Platini, passando pelo golfista Nick Faldo, o ex-jogador de futebol argentino Gabriel Heinze e ou um membro da Comissão de Ética da Fifa, os "Panama Papers", uma gigantesca investigação sobre os paraísos fiscais, envolvendo a muitos nomes do mundo do esporte.

Sacudida há meses por um imenso escândalo de corrupção, a Fifa está muito presente nos milhões de documentos divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).

São citados dois ex-vice-presidentes da entidade, o francês Michel Platini e o uruguaio Eugenio Figueredo.

Platini, suspenso por seis anos de toda atividade relacionada ao futebol por receber um pagamento indevido de 1,8 milhão de euros do ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, teria recorrido aos serviços da firma jurídica Mossack Fonseca, com sede no Panamá e escritórios em mais de 35 países, em 2007, ano em que foi eleito presidente da Uefa.

Figueredo, indiciado em dezembro por fraude e lavagem de dinheiro pela investigação do escândalo na Fifa, aparece na lista por sua conexão com seis empresas "offshore" para as quais teria trabalhado o advogado uruguaio Juan Pedro Damiani, presidente do clube de futebol Peñarol e ex-membro da Comissão de Ética da Fifa.

Os documentos divulgados apontam também para quatro dos 16 dirigentes da Fifa indiciados nos Estados Unidos, assim como quatro empresários ligados ao caso, que utilizaram companhias "offshore" criadas pela Mossack Fonseca.

Por último, Jerome Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, demitido há três meses, também aparece nos "Panama Papers". O francês aparece como proprietário de uma empresa radicada às Ilhas Virgens britânicas, que aparentemente serviram para comprar um iate registrado sob a bandeira da Ilhas Cayman.

Os documentos revelam também que muitos jogadores de futebol, empresários, dirigentes e até clubes recorrem ou recorreram à empresas em paraísos fiscais, principalmente para efetuar pagamento de direitos de imagem.

A ICIJ cita "cerca de 20 jogadores de alto nível, aposentados ou em atividade, representantes de alguns dos clubes de futebol mais importantes do mundo, entre eles Barcelona, Manchester United e Real Madrid".

Um dos jogadores que tem o nome citado é o argentino Lionel Messi, cinco vezes eleito melhor jogador do mundo.

O argentino, que esta sendo julgado em Barcelona por fraude fiscal, aparece nos "Panama Papers" como coproprietário, junto ao seu pai, de uma companhia radicada no Panamá, a Mega Star Enterprises.

Este nome aparece pela primeira vez nos documentos da Mossack Fonseca em 13 de junho de 2013, ou seja, um dia após a promotoria de Barcelona abrir um processo contra o melhor jogador do mundo por fraude fiscal.

Os documentos mostram que em 23 de junho de 2013, Messi e seu pai eram oficialmente proprietários da empresa.

Outros jogadores famosos, como o atacante chileno Iván Zamorano ou o argentino Gabriel Heinze, ambos ex-jogadores do Real Madrid, também são citados, em ambos os casos por questões de gestão de direitos de imagem.

Heinze também teria criada em 2005 uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, na qual recebeu pagamentos da fornecedora esportiva Puma. Oficialmente, a proprietária da empresa era a mãe do jogador.

Os documentos mostram também como o clube espanhol Real Sociedad pagou muitos jogadores estrangeiros entre 2000 e 2008 através de sociedades "offshore" instaladas em paraísos fiscais.

Mas o futebol não é o único esporte envolvido nessas práticas financeiras suspeitas.

Aparecem também pelo menos 11 ex-jogadores da NHL, a Liga norte-americana de hóquei, que recorreram aos serviços da Mossack Fonseca para criar estruturas "offshore".

O golfista britânico Nick Faldo, vencedor de seis torneios de Grand Slam, foi citado como proprietário de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas.

Da AFP