ESPORTE INTERNACIONAL

Atlético Nacional joga com escudo da Chapecoense e vence por 3 a 0.

Com a Chape no peito o Atlético Nacional está nas semifinais do Colombiano.

Em 04/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Chapecoense nem no campo estava, mas os dizeres do mosaico estampavam a arquibancada com um colorido "vamos, vamos, Chape!". Parecia até que o Atlético Nacional, time da casa e que brigava por uma vaga nas semifinais do Campeonato Colombiano, havia sido colocado de lado em função das homenagens às vítimas da tragédia da última terça-feira. Quando a bola rolou, no entanto, o Atlético tratou de mostrar porque é o atual campeão da Libertadores; e que não estava na final da Sul-americana por acaso. Dominou o Millonarios do início ao fim, apesar de ter guardado os gols que selaram a vitória por 3 a 0 para os últimos minutos. Com a Chape no peito e a simpatia do povo brasileiro inteiro, o Atlético Nacional está nas semifinais do Colombiano.

Noite da chape

Era a primeira partida do Atlético Nacional desde a tragédia que matou 71 pessoas na última terça-feira, a maioria de jogadores e membros da Chapecoense. A expectativa era de homenagens no Ginásio Girardot. Muitas. Antes de rolar a bola, as faixas de apoio ao povo de Chapecó coloriam as arquibancadas. Mas foi no momento em que os times entraram no gramado que a principal surpresa surgiu: um mosaico com as palavras "vamos, vamos, chape!". Um gesto lindo! Nos gols, os jogadores apontaram para o escudo da Chape no uniforme, próximo ao ombro direito. E, ao fim do jogo, jogadores de ambos os times (inclusive o goleiro Vikonis, do Millonarios, que havia acabado de buscar três bolas no fundo das redes e ver sua equipe ser eliminada) se mostrou solidário e disse algumas palavras no microfone.

Fala, uribe

Meio-campista do Atlético Nacional comentou homenagens da torcida para a Chapecoense: "Isso foi uma coisa que conforta a todos, estão todos muito doloridos. Todos sabíamos que poderia ter acontecido conosco. Muito contentes, um momento muito emocionante. Queremos dar forças às todas as famílias que perderam seus entes queridos e à Chape, que é um clube muito honrado. Vamos dar sempre apoio a eles, e o povo antioquenho e colombiano se comportou à altura.

Todos sentimos como se fosse algo conosco, foi algo muito perto. Foi na nossa terra, era a equipe que iríamos enfrentar. Os dois times tinham o mesmo sonho, de jogar a final da Sul-Americana. Foi um golpe muito duro, mas agora é ter muito fé e desejar muita fé às famílias, para quem damos todo nosso apoio."

O jogo

Com a bola rolando, o Atlético Nacional mostrou que não se resume a gestos de solidariedade e emoção. É também um baita time de futebol. Sofreu sustos no início, é verdade, mas logo tomou as rédeas da partida e abriu o placar com Guerra aos 40 minutos do primeiro tempo. No segundo, a superioridade foi ainda maior. Tanto é que o goleiro uruguaio Vikonis, do Millonarios, ia se consagrando como principal nome do duelo. Fez, ao menos, quatro defesas de extrema dificuldade. Só que os gols estavam mesmo guardados para o final. Aos 45, Días fez o segundo. E no minuto seguinte, Nieto ampliou e assegurou a vitória por 3 a 0.

Despedida

Esse foi o último jogo do Atlético Nacional no Atanásio Girardot no ano. Ao menos, da equipe titular. Na próxima semana, o clube viaja para o Japão, onde vai disputar o Mundial Interclubes por ter sido campeão da Libertadores da América. Sem representante do país, os brasileiros certamente já sabem por quem torcer.

Fonte: ge