CIDADANIA

Autoestima: Arma da criança deficiente auditiva contra bullying

O bullying provoca danos físicos e psicológicos em crianças e jovens mundo a fora.

Em 06/03/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Notícias do Bem/Reprodução

Como pais e professores podem ajudar crianças deficientes auditivas a se sentirem confiantes no relacionamento com os colegas? É fato que o bullying provoca danos físicos e psicológicos em crianças e jovens mundo afora, vítimas de chacotas e humilhações. E um grande número delas é deficiente auditiva. Mesmo que usem aparelhos para ouvir, são perseguidas implacavelmente com brincadeiras e apelidos de mau gosto. Por isso, muitas acabam se retraindo, preferindo o isolamento e, aos poucos, desenvolvem problemas de autoestima e de socialização; além de dificuldades no aprendizado e no desenvolvimento cognitivo.

Para terem sucesso na vida, em primeiro lugar essas crianças têm que acreditar em sua própria capacidade e aprender a lidar com as dificuldades do caminho; e isso deve ser estimulado desde cedo por familiares e professores.

De acordo com o Censo de Educação Básica, divulgado pelo Inep (instituto ligado ao Ministério da Educação), entre 2011 e 2016 houve redução de 23% no universo de estudantes surdos no país. Um dos motivos pode ser a fuga da escola, por conta de bullying e falta de apoio no aprendizado.

O primeiro passo para reverter esse quadro é tratar a deficiência auditiva da criança o mais rápido possível. Quanto mais cedo, melhor. Bebês que não têm tratamento, por exemplo, mesmo que apresentem perda auditiva leve ou moderada, têm mais dificuldades para aprender a falar e, mais tarde, terão dificuldades no desempenho escolar.

"A audição é vital para o desenvolvimento da linguagem e da fala, importantes na comunicação e interação social da criança. A perda auditiva, se não for tratada, pode acarretar timidez, isolamento e problemas de aprendizado e de relacionamento, o que estimula, muitas vezes, o bullying, agravando ainda mais a situação. Por esse motivo, na Telex, bebês, crianças e adolescentes têm uma atenção especial para que consigam alcançar seu pleno potencial", explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, gerente de Produtos Pediátricos da Telex Soluções Auditivas.

Exames como o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) e o EOA (Emissão Otoacústica) podem detectar o grau de perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o médico otorrinolaringologista indique o tratamento mais adequado para cada caso. Uma das indicações é o uso de aparelhos auditivos, que são desenvolvidos especialmente para os pequenos.

Outro passo importante a ser dado pela família é fazer comentários positivos acerca das habilidades da criança e elogiá-la sempre que possível, para fortalecer a sua autoestima. Assim, ela se sentirá segura para interagir com os coleguinhas na escola. Uma criança segura não se deixa abater pela 'zoação' das outras. O indicado às famílias é não esconder ou disfarçar os aparelhos auditivos dos pequenos, nem mesmo o implante coclear, atrás da orelha. Desse modo, os pais sinalizam que a deficiência não é motivo de vergonha. A aceitação deve começar bem cedo, dentro de casa. E para compensar a falta de audição, já existem no mercado aparelhos auditivos personalizados, coloridos e até com estampas de super-heróis, bem divertidos, que ajudam a dar autoconfiança à essa criança.

Para orientar os pais e professores nessa jornada, a Telex desenvolveu o programa infanto-juvenil 'Cuidado Auditivo Amigo da Criança'. "Por meio desse programa, a família recebe todo o apoio necessário, com atendimento pediátrico diferenciado, orientações e acompanhamento do tratamento. Oferecemos soluções auditivas desenvolvidas especialmente para cada criança; e tudo isso com suporte médico especializado", explica Vidal, que é especialista em audiologia.

Professores e gestores escolares também devem ficar atentos a qualquer sinal de discriminação contra crianças deficientes auditivas na escola, a fim de agirem logo, tomando medidas que evitem consequências mais graves. Uma dessas ações deve ser a de promover uma abordagem lúdica, em sala de aula, de temas que tratam das diferenças entre os indivíduos na sociedade, mostrando que ninguém é igual a ninguém e relatando os vários tipos de deficiência; sempre enfatizando o respeito que todas as crianças devem ter entre si.

E para que esse aluno deficiente auditivo possa assimilar melhor o conteúdo ensinado em sala de aula, a Telex oferece também o 'Sistema FM Amigo', que permite a comunicação direta entre professores e crianças com déficit de audição. O equipamento é composto por um microfone transmissor e um receptor. O professor usa o microfone acoplado à roupa e sua voz é transmitida diretamente para o receptor que está no aparelho auditivo do aluno. O sistema ajuda a suprimir os efeitos negativos de distância ou ruído de fundo, mantendo o som da fala do professor original, alto e claro, possibilitando melhor aprendizado.

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva.  (Reportagem de Cristina Freitas - Ascom Telex Soluções)