TEMAS GERAIS

Autoridades defendem legado dos Jogos Olímpico

Prefeito do Rio rebate relatório de ministério e reafirma reabertura do Parque Radical.

Em 07/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A cerimônia organizada pelo Ministério do Esporte neste fim de semana, no Parque Olímpico, para marcar um ano do início da Olimpíada do Rio, reuniu autoridades que se esforçaram para reforçar a ideia do legado esportivo na cidade e no Brasil. Poucas novidades, no entanto, foram anunciadas.

Um vídeo apresentado na Arena Carioca 1 perguntava se não houve legado olímpico. Em seguida exibia imagens de competições de hipismo em Deodoro e de instalações espalhados pelo país, como o centro de ginástica artística em São Bernardo do Campo, e o circuito de canoagem slalom de Foz do Iguaçu. Segundo o Ministério do Esporte foram gastos R$ 4 bilhões em 150 instalações esportivas no país.

O Parque Olímpico e o Complexo de Deodoro estão sob a responsabilidade da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), autarquia do Ministério do Esporte criada em março deste ano depois da Prefeitura do Rio fracassar na tentativa de repassar as instalações para a iniciativa privada - as Arenas Carioca 1 e 2, o velódromo e o centro de tênis.

Dentre as novidades está a manutenção de uma área para esportes de areia ao lado do Centro de Tênis, onde já foram realizadas duas competições de vôlei de praia. Estrutura que segundo a AGLO não usou os R$ 45 milhões de dinheiro público previstos para manutenção anual das quatro arenas.

A AGLO terá a mesma missão da Prefeitura de encontrar uma empresa que cuide do legado. Ao mesmo tempo procura manter as instalações ocupadas. Por enquanto foram realizados 15 eventos este ano, esportivos ou não. Mais 18 estão programados até o fim do ano. Outras 60 propostas estão na mesa da autarquia para análise. O grande objetivo para 2018 é trazer o Grand Prix e Liga Mundial de vôlei para a Arena Carioca 1. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, negou que o legado estivesse abandonado, e disse que o objetivo é adequar as arenas à vida da cidade.

- O legado nunca esteve abandonado. O tempo para transformar o modo jogos em legado é esse. O desafio é encontrar a modelagem adequada. São equipamentos novos que precisam se adequar à vida das pessoas e da cidade. Isso ocorre com o passar do tempo, quando se cria uma cultura da utilização desses equipamentos. É o que buscamos fazer. Temos recurso para fazer isso, apesar da crise. Mas é uma ação prioritária do Ministério do Esporte. Os recursos estão alocados e já repassamos parte para a AGLO. Esperamos que até o final de 2018 ocorra a concessão para a iniciativa privada. Estamos avançando as conversas com a Prefeitura e com o BNDES - disse Picciani.

Sob a responsabilidade da Prefeitura, o Parque Radical tem a reabertura programada para o próximo mês de setembro. A população e os atletas da canoagem slalom vão dividir o espaço. Lá serão plantadas as 12 mil mudas semeadas pelos atletas na cerimônia de encerramento dos Jogos. Esta semana o RJTV revelou a sujeira da água do circuito.

- Tivemos o cuidado de reparar tudo o que havia sido quebrado e fazer novos contratos para não haver desperdício. Só a manutenção é quase meio milhão de reais por mês - disse Crivella.

Outra instalação sob a responsabilidade do Município, a Arena Carioca 3 tem previsão de virar uma unidade do Ginásio Experimental Olímpico, escola com ênfase na prática esportiva. Neste sábado ela foi ocupada por crianças de escolas municipais que praticaram uma série de atividades durante a visita das autoridades. Com pouco recurso, a Prefeitura estuda oferecer o espaço para alguma universidade durante o período da noite. A desmontagem da Arena do Futuro, que daria origem a quarto escolas, e do Estádio Aquático, também sob a responsabilidade do Município, está suspensa por falta de recursos.

Um relatório do Ministério do Esporte entregue para a Prefeitura apontou mais de 1.000 falhas nas quatro arenas. Crivella minimizou o documento.

- O Parque Olímpico está em boas condições. Mas se você olhar amiúde existe sim risco nas paredes, talvez uma pintura descascada. Mas em termos estruturais, instalações hidráulicas, pluviais, esgoto, a jardinagem e limpeza, tudo é exuberante. Diante do que nós temos aqui é irrelevante. O que o TCU estava reclamando é que antes da Olimpíada não havia um calendário programado, não estava dentro da lei, nos cadernos de encargos. Mas nós vamos fazer isso. Tanto governo federal quanto municipal - disse.

Além de Crivella e Picciani, a cerimônia contou com o presidente do Comitê Rio 2016 e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e do Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. O governador Luiz Fernando Pezão não foi. Em seu discurso, Crivella chamou Nuzman de "gladiador" por ter "corrido o mundo para trazer a Olimpíada​". Ao lembrar o dia em que o Rio foi eleito sede dos Jogos, em 2009, o prefeito citou o ex-governador do Estado e seu antecessor na Prefeitura: "Tava lá o governador do estado na época, o Cabral, o Paes...".