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Bailarinas gaúchas são premiadas em concurso de dança na Itália.

Turma de bailarinas do Rio Grande do Sul eram representantes do Brasil.

Em 23/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma turma de bailarinas do Rio Grande do Sul desembarcou no país após serem premiadas em um disputado concurso de dança na Itália. Elas são alunas de uma escola de balé com sede em Porto Alegre e em Alegrete, no interior do estado, e eram as únicas brasileiras no evento.

Duas, em especial, foram premiadas. Além de medalhas, conquistaram uma bolsa de estudos na escola italiana e, portanto, já tem viagem marcada para a Europa no ano que vem.

“Foi uma experiência fantástica”, conta ao G1 a professora Jacqueline Silveira, 52 anos, uma das donas da Escola Ballerina.

A companhia de dança, fundada por ela há mais de três décadas em Alegrete, na Fronteira Oeste, a cerca de 490 km da capital gaúcha, foi convidada a participar do concurso para coreógrafos e bailarinos da escola italiana Opus Ballet, após um bom desempenho na edição de 2015 do Bento em Dança, tradicional evento do gênero realizado anualmente na cidade da Serra gaúcha.

Nove alunas foram selecionadas para integrar a comitiva que seguiria para uma curta temporada em Florença e Veneza. Algumas foram apenas para participar das aulas. No palco principal da competição, duas se destacaram, após conquistarem o terceiro lugar em suas modalidades. Elisa Diniz Giacomelli, de 12 anos, e Letícia Borba Cirne, de 18 anos, concorreram com seis mil bailarinos, de quatro países.

“A gente sabe que amedronta um pouco, porque é um nível muito alto. E apesar do bom desempenho e da classificação, nós conseguimos mostrar um trabalho com qualidade como um todo, e isso nos deixou felizes”, analisa a professora.

O embarque da turma para a Itália foi em 28 de junho. O concurso da Opus Ballet se divide em duas partes: na primeira seletiva, ocorrida em 2 de julho, foram selecionados três bailarinos de cada categoria. Os escolhidos seguiram para a disputa da grande final, no evento chamado Gala Opus 2016.

"O nosso país é um celeiro de talentos, tem grandes poteciais. Depende da força de vontade do artista, do professor. A gente luta muito pelos incentivos, não tem, mas conseguimos dar esse passo e entrar no cenário europeu", comemora a professora.

Bailarina premiada dança desde os três anos de idade
Com três anos de idade, Elisa começou a ensaiar os primeiros passos no balé. Foi matriculada pela mãe, que dançou por quase 10 anos. Era o início da carreira de uma pequena bailarina promissora.

Em 28 de junho, embarcou para a primeira competição internacional. Em 16 de julho, voltava para casa com uma medalha na bagagem.

Ela ficou em terceiro lugar com a apresentação de seus dois solos, um de dança clássica e outro de dança moderna.

“A gente sabia que a concorrência era muito grande. Eu estava muito nervosa, muito. Mas depois eu fiquei muito bem no palco. Estava segura da minha coreografia”, conta a bailarina, com uma maturidade que quase não combina com a pouca idade.

Para isso, não abriu mão de uma rotina de ensaios puxada. Eram seis horas diárias de treinamento. “A gente ensaiava muito mesmo”, frisa.

Natural e residente em Alegrete, ela prefere não planejar o futuro profissional tão cedo, apesar das conquistas. “Eu não sei se vou seguir na carreira, se vou ser bailarina profissional. Por enquanto, sei que quero dançar”, afirma a estudante do 7° ano.

A próxima meta é realizar uma boa performance no palco do Bento Em Dança, em outubro. E quem sabe, garantir um novo carimbo no passaporte em breve.
“Estou me preparando muito para isso”.

A bailarina já tem a confiança da professora, que está mobilizando toda a escola para o concurso. “A grande meta é voltada para a nossa participação no evento, pela projeção e vitrine que isso representa, que abre tantas portas pra gente”, reforça.

g1/Rio Grande do Sul