ESPORTE INTERNACIONAL

Belfort teria lutado no UFC 152 depois de ser flagrado em antidoping.

O UFC e Vitor Belfort não se pronunciaram sobre o caso.

Em 22/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Escalado para enfrentar Dan Henderson na luta principal do UFC São Paulo, dia 7 de novembro, Vitor Belfort teve seu nome envolvido em uma nova polêmica na noite desta segunda-feira. Segundo reportagem publicada pelo site Deadspin.com, o brasileiro, que em 2012 “salvou” o UFC 152  ao aceitar enfrentar Jon Jones depois da recusa de vários atletas, teria participado da luta mesmo depois de ter testado positivo para elevados níveis de testosterona em exame antidoping realizado no estado de Nevada, menos de três semanas antes do combate.

De acordo com documentos obtidos pelo site americano, Vitor teria se submetido ao teste antidoping de sangue no dia 1º de setembro e apresentado níveis de testosterona duas vezes e meia acima dos considerados normais para alguém da sua idade. O próprio exame traz a palavra “alto” escrito em negrito ao lado da coluna que registra os níveis de testosterona do atleta.

O resultado do teste, que era confidencial, acabou sendo enviado por engano pelo próprio Ultimate para um grupo de 29 lutadores, empresários e treinadores, no dia 4 de setembro. Ao se dar conta do erro, o UFC teria tentado contornar a situação enviando um novo e-mail aos destinatários. Às 15h01 (horário local) do dia 4 de setembro, a mensagem dizia:

“Para aqueles que receberam o arquivo pdf do UFC, um membro da equipe jurídica que trabalha para o UFC tinha a intenção de enviar um e-mail com o assunto “Vitor Belfort Labs” para três executivos do Ultimate. Em vez disso, grande parte do conhecido mundo do MMA, incluindo várias pessoas com as quais a promoção rivalizou no passado, receberam o conteúdo”.

Outros dois e-mails sucederam a mensagem inicial, pedindo para que os destinatários deletassem o e-mail original. Até que, às 19h16, o grupo recebeu um memorando do vice-presidente executivo do Ultimate, Ike Lawrence Epstein, que dizia:

“Você foi o destinatário não-intencional de um e-mail que continha informações pessoais e confidenciais relacionadas a Vitor Belfort. Nós pedimos que você destrua o conteúdo do e-mail imediatamente, se você ainda não o fez, e que se abstenha de qualquer divulgação do conteúdo ou do e-mail a alguém. Você não tem autoridade para estar de posse destas informações ou para divulgá-las a terceiros. Por favor, note que se você tem a intenção de divulgar isso a alguém, a Zuffa não terá escolha a não ser buscar todos os recursos judiciais cabíveis contra você em ambas as esferas - profissional e pessoal. Eu, respeitosamente, solicito que você confirme, através de uma resposta a este e-mail, o recebimento dessa mensagem com a afirmação de que você irá cumprir com as diretrizes contidas neste documento imediatamente. Entre em contato comigo, caso tenha alguma dúvida ou queira discutir mais alguma coisa”.

Naquela época, ainda não era público que Belfort estava fazendo uso da Terapia de Reposição de Testosterona (TRT), o que só viria à tona no início de 2013, próximo de sua luta contra Michael Bisping. Mais tarde, no entanto, o próprio brasileiro assumiria em algumas entrevistas que passou a fazer uso da terapia após a derrota para Anderson Silva, em 2011.

Como o duelo contra Jones aconteceria em Ontário, no Canadá, a comissão atlética local seria a responsável por regular o evento e deveria conceder todos os tipos de autorização para uso terapêutico a atletas do card. O site americano afirma, no entanto, que o órgão não tinha conhecimento do uso de TRT ou da emissão de uma autorização para o tratamento do brasileiro. De acordo com o depoimento de Stephen Puddister, representante do Ministério de Assuntos Regulatórios do Canadá, todos os detalhes relativos a isenções de TRT, na época, foram retirados do contrato do UFC com seus lutadores e qualquer pergunta sobre o assunto deveria ser encaminhada ao Ultimate.

Na semana do UFC 152, Marc Ratner, diretor de Assuntos Regulatórios do Ultimate, disse ao site TheScore.com que o Ultimate não poderia divulgar exames antidoping ou informações sobre o uso de isenção terapêutica de seus atletas por causa da comissão. Já na noite do duelo, o representante canadense teria dito ao Deadspin.com que a comissão de Ontário não estava impedindo o Ultimate de divulgar essas informações.

O Deadspin também afirma que, em 2010, quando Chael Sonnen foi pego no exame antidoping após a derrota para Anderson Silva, em duelo na Califórnia, os médicos do UFC e alguns executivos, incluindo Dana White, teriam começado a monitorar ativamente os exames de sangue do atleta americano. Mais tarde, soube-se que a organização havia concedido a Sonnen uma isenção para uso de TRT, cerca de um ano antes de qualquer comissão atlética receber solicitações para autorização do tratamento. A organização teria feito o mesmo com Belfort, posteriormente, em 2012, concedendo-lhe uma autorização para uso de TRT sem informar a comissão atlética local.

Até o momento, o UFC e Vitor Belfort não se pronunciaram sobre o caso.

Fonte: COMBATE