ECONOMIA INTERNACIONAL

Bolsa de Tóquio cai pelo 4º dia seguido, em meio a preocupações com iene forte.

No setor exportador, os destaques de baixa foram a Renesas Electronics (-4,1%).

Em 18/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Bolsa de Tóquio fechou em baixa pelo quarto dia consecutivo nesta sexta-feira (18), pressionada por temores de que os lucros de empresas japonesas piorem em meio à tendência mais recente de valorização do iene.

O Nikkei, que reúne as ações mais negociadas na capital do Japão, caiu 1,25% hoje, a 16.724,81 pontos, encerrando a semana com desvalorização bem semelhante, de 1,26%.

A sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na última quarta-feira, de que elevará juros de forma mais lenta, continua impulsionando o iene frente ao dólar. A força da moeda japonesa tende a prejudicar a competitividade das exportadoras, pressionando suas ações em Tóquio.

No setor exportador, os destaques de baixa foram a Renesas Electronics (-4,1%) e a Murata Manufacturing (-4%). Ontem, o dólar chegou a atingir o menor nível ante o iene desde outubro de 2014.

Por outro lado, os papéis da Toshiba subiram 4,3%, diante do otimismo com o progresso da reestruturação do fabricante de eletrônicos, que tenta se recuperar após um grave escândalo contábil.

Apesar do tom negativo de hoje, as perdas em Tóquio foram limitadas por especulações de que o governo japonês poderá adotar novas medidas fiscais, segundo Naoki Fujiwara, gestor de fundos da Shinkin Asset Management.

O jornal japonês Yomiuri noticiou que o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe estuda a possibilidade de adiar o aumento no imposto de vendas previsto para abril de 2017, caso persistam as condições econômicas fracas.

"Provavelmente, haverá um forte impacto positivo nas ações se esse plano for arquivado", previu Fujiwara.

O ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, porém, negou a reportagem.

Além disso, a ata da reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) em janeiro mostrou que os dirigentes do BC japonês consideraram expandir seu programa de compra de ativos, antes de decidirem pela introdução de uma inédita taxa de depósitos negativa. A revelação pode alimentar expectativas de que o BoJ relaxará ainda mais sua política mais adiante. No encontro desta semana, no entanto, o BoJ preferiu não adotar novas medidas.

Fonte: Dow Jones Newswires.