ESPORTE NACIONAL

Bota flerta com o ataque, mas formação superofensiva ainda patina.

Camilo e Montillo seguem sina de pouco jogarem juntos.

Em 16/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Jair Ventura é daqueles técnicos sem medo de arriscar e ser feliz. Já escalou times com dois laterais esquerdos, improvisou um zagueiro na função de ala, vira e mexe volta aos três volantes do ano passado quando julga necessário... E agora flerta com o ataque. Não é de hoje que a força do Botafogo, que o levou até a Taça Libertadores da América em 2017, é o intenso poder de marcação de seus jogadores aliado a contragolpes fulminantes. Tanto é que a equipe vem atuando melhor de visitante do que de mandante. Propor o jogo sempre foi uma dificuldade, e o técnico tenta mudar esse cenário com uma formação "superofensiva".

Na teoria, trata-se de um 4-2-2-2, com duas linhas de homens de ataque de baixo poder de marcação: Camilo, Pimpão, Montillo e Roger. Na prática, os dois primeiros voltam assim mesmo, fazem coberturas, e o time não fica tão exposto. No placar, a tática vem dando certo: venceu o Colo-Colo, do Chile, por 2 a 1 há duas semanas, e na última quarta-feira fez 1 a 0 sobre o Olimpia, do Paraguai, ambos no Estádio Nilton Santos. Só que, nos números gerais, a formação ainda precisa de alguns ajustes. Isto porque foram apenas cinco chances reais de gol em duas partidas, sendo só duas em 90 minutos diante dos paraguaios e a sensação de que cabia mais.

Diferentemente da estreia, o Botafogo na última quarta contou com a formação apenas durante 14 minutos, até Montillo sair com um problema muscular na panturrilha direita. João Paulo entrou em seu lugar e formou uma segunda linha de quatro com Airton, Bruno Silva e Pimpão, que cobria a lateral esquerda, avançando Camilo para jogar mais próximo de Roger – função que seria do argentino. Mas na etapa final Jair voltou a arriscar com mais um atacante, Guilherme, na vaga de um volante, Bruno Silva. O time voltou a ficar "superofensivo", só que continuou com baixo poder de fogo. Além do gol, a única oportunidade clara foi um chute cruzado de Roger.

SINA DA DUPLA CAMILO & MONTILLO

A pergunta da pré-temporada era: Camilo e Montillo podem jogar juntos? Jair garantiu que sim, e até já tinha a fórmula para isso. A expectativa da torcida ficou enorme, mas está difícil ver os dois juntos em campo. Camillo ficou fora da estreia no Carioca por ter sido convocado para a seleção brasileira, com isso o debute da dupla só foi possível no duelo de ida contra o Colo-Colo, porém, sem grande destaque. No duelo de volta, Camilo sentiu a coxa e não jogou. E agora, foi a vez de Montillo sofrer uma contratura muscular na panturrilha após atuar apenas 14 minutos ao lado do camisa 10 diante do Olimpia. Passando a ser dúvida para o duelo da próxima quarta-feira.

Se por um lado o ataque deixou a desejar, por outro atestou aquele velho ditado do futebol de que "a melhor defesa é o ataque". Com uma formação mais ofensiva, o Botafogo terminou pela primeira vez na temporada uma partida oficial sem sofrer gols. Mesmo tendo ficado por vezes exposto no segundo tempo ao atacar com quatro jogadores, perder a bola e ser contra-atacado. De quebra, espantou um antigo fantasma: a bola aérea, pesadelo do time em 2016 e que decidiu também o último clássico a favor do Flamengo. O chuveirinho também é um ponto forte do Olimpia, mas Marcelo, Emerson Silva e companhia ganharam todas as disputas pelo alto.

Os jogadores do Botafogo se reapresentam na tarde desta quinta-feira no campo anexo do Estádio Nilton Santos, onde Jair começará a montar o time para enfrentar o Boavista neste domingo, às 17h (de Brasília) em Bacaxá, pelo Campeonato Carioca – o Alvinegro já está fora da disputa pelo título da Taça Guanabara. Os titulares serão preservados para a partida de volta contra o Olimpia, na próxima quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Defensores del Chaco, em Assunção. A equipe joga pelo empate para chegar à fase de grupos da Libertadores.

Globo Esporte