EDUCAÇÃO

Brasil terá mestrado e doutorado a distância a partir de 2020

Enquanto a educação presencial está estagnada, o ensino a distância cresce no país.

Em 13/08/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Reprodução/Jovem Pan

O Ministério da Educação (MEC) liberou, por meio de portaria, a oferta de mestrados e doutorados à distância no país a partir de 2020. Para oferecer o ensino nessa modalidade, as faculdades interessadas deverão seguir alguns requisitos específicos. A informação é da Folha de São Paulo.

A regulamentação foi editada em abril pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Segundo a Folha, as atividades relacionadas a laboratórios, por exemplo, devem ser realizadas de forma presencial, assim como seminários integrativos. Esse tipo de aula podem tanto acontecer na sede da instituição quanto em polos de ensino a distância espalhados pelo Brasil.

Além disso, só poderão oferecer pós stricto sensu EaD (ensino à distância) instituições cuja nota no IGC (Índice Geral de Cursos) do MEC seja no mínimo 4. O IGC vai de 0 a 5.

Segundo o diretor a Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), João Mattar, um dos benefícios da regulamentação será a descentralização da oferta, hoje concentrada nos grandes centros urbanos.

“Os melhores cursos de mestrado e doutorado presenciais são no Sul e no Sudeste. Um aluno de outra região tem de se deslocar para morar nesses locais, às vezes deixando de trabalhar”, afirmou Mattar em reportagem da Folha.

A medida, no entanto, não é vista com bons olhos por alguns profissionais da educação. Ainda conforme a matéria da Folha de São Paulo, Rodrigo Ricupero, presidente da Adusp (Associação dos docentes da USP), desconfia que a decisão de curso EaD pode transformar a especialização em algo de baixa qualidade porque não são dadas aos alunos as condições necessárias para compensar a falta de contato.

“A pessoa mora no interior e assiste a um curso pela internet. Isso é democratizar? Ela não vai ter nenhum elemento da vida em uma universidade. Aí, ela precisa de um livro, e não tem na biblioteca da cidade. Nem tudo está online”, afirma.

As instituições interessadas em oferecer pós-graduação stricto sensu remotas têm submetido suas propostas desde 1º de julho. Neste ano, as aplicações, que se encerram em 9 de agosto, são só para mestrado. Só poderão solicitar a oferta de doutorado os programas que, após a primeira avaliação do mestrado, obtenham ao menos 4 no IGC.

O que diz a ABED sobre o assunto

Os jornalistas, Fátima Santos e Anchieta Filho, bateram um papo sobre como irá funcionar a oferta de pós-graduação (mestrado e doutorado) a distância em todo o país, com o professor e conselheiro da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Nelson Boni.

De acordo com Boni, enquanto a educação presencial está estagnada, o ensino a distância cresce no país.

"A graduação a distância começou em 2006. Foi um início devagar, mas hoje nós temos praticamente dois milhões de alunos. É a modalidade que mais cresce! Em 2017 houve um decreto que definiu um marco regulatório para o ensino a distância. O modelo do mestrado e doutorado não é exatamente igual o da graduação, mas há muitas similaridades. Ainda é uma nova experiência que nós vamos vivenciar", afirmou.

Sobre as provas, Nelson comenta que já há na graduação a possibilidade de fazer o curso todo online. No caso do mestrado e doutorado, não há ainda nenhuma regra específica, mas há a possibilidade de usar um dos polos. Outro ponto importante é que só poderão oferecer a pós faculdades que tenham nota entre 3 e 5. A instituição também precisa ser credenciada no ensino a distância (EaD).

Para o professor, essa regulamentação é uma oportunidade ímpar, pois há uma enorme demanda reprimida de mestres e doutores pelo país. Com informações da Rádio Nacional, MEC, Portal de Amazônia

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