ESPORTE INTERNACIONAL

Brasil terá primeira mulher na olimpíada de patinação sobre rodas

Camila Cavalheiro, 30 anos,vai disputar o World Roller Games (WRG em Barcelona.

Em 03/07/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Jornalista Felipe Vieira/Reprodução

A atleta Camila Cavalheiro, 30 anos, é a primeira mulher brasileira a disputar a olimpíada do esporte sobre rodas, o World Roller Games (WRG 2019), em Barcelona (Espanha), na modalidade inline downhill, a mais rápida e radical da patinação, que pode alcançar velocidades acima de 100 quilômetros por hora (km/h). Os jogos ocorrerão no período de 4 a 14 deste mês.

Antes de viajar ontem (2), Camila conversou com a reportagem. O fato de ser a primeira mulher brasileira a participar do torneio a deixou bastante lisonjeada. "É um marco histórico para a patinação, principalmente na modalidade downhill, e estou muito feliz em poder representar o meu país".

Camila vai disputar com as melhores mulheres do mundo em uma modalidade que não tem muitas representantes do sexo feminino. Enquanto a downhill terá 20 mulheres concorrendo, na ala masculina serão 50 atletas. A World Roller Games será disputada por mais de 100 países.

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Por acaso

A paixão de Camila pela patinação surgiu em 2013, após entrar em uma loja de artigos esportivos e assistir a um vídeo sobre o esporte. No ano seguinte, ela participou do primeiro campeonato nacional, em Curitiba, e obteve seu primeiro pódio. Ela foi primeira colocada no jump (salto em altura) e terceira no slide (técnica de freios para mostrar habilidades). No total, a atleta já participou de sete competições de freestyle slide (modalidade de derrapagem).

Os jogos ocorrerão no período de 4 a 14 deste mês, na Espanha. Foto: Adreninline/Reprodução

Natural de Maringá (PR), Camila mora atualmente na região da Penha (SP). Pelo seu elevado rendimento no esporte, ela foi convocada pela Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) para participar da competição internacional. Mas até que isso se tornasse realidade levou um bom tempo. A atleta teve, inclusive, que fazer uma 'vaquinha' online para conseguir viajar para Barcelona.

Alta velocidade

A competição terá início no dia 4, quando as atletas farão o reconhecimento da pista, conhecido como treino livre. No dia 5, elas descem sozinhas "e vão contra o relógio", ressalta Camila Cavalheiro. "Tem que fazer uma descida o mais rápido possível. O resultado permite que as melhores consigam se classificar para as oitavas de final. Aí, eu já posso ganhar uma medalha como melhor descida", salienta Camila.

Camila Cavalheiro -Time Adreninline de Osasco/Reprodução

Dependendo da classificação, vão sendo montadas as baterias de atletas para as finais. No dia 6, as desportistas disputam entre si até chegar à final. "Aí, decide. Vai ver quem será a campeã, quem desce primeiro", afirma Camila. Nessa modalidade do 'downhill', as atletas podem pegar duas medalhas: pela descida e na competição de baterias. O retorno da atleta ao Brasil está programado para o próximo dia 10.

Avaliação

Para o diretor técnico do Comitê de Patinação Inline Downhill da CBHP, Dennis Henrique dos Santos Tavares, o fato de Camila ser a primeira atleta do Brasil nessa modalidade a representar o país em um campeonato de nível mundial "é um marco histórico para a modalidade. E ela tem um nível técnico muito bom, tem chance de trazer medalhas para o Brasil, o que é difícil nessa modalidade. Mas a gente está otimista".

Tavares aposta que a ida de Camila para disputar o Roller Games de Barcelona abrirá caminho para que outras moças se interessem por essa modalidade de patinação. "Com certeza, porque hoje essa modalidade é vista muito como um esporte masculino, por ser de alta velocidade. É um esporte de alto risco, por isso não é comum ver mulheres praticando. Ela (Camila) mudou esse cenário. Hoje, os homens olham para elas e veem de forma diferente. Isso acaba incentivando outras mulheres a participar".

O diretor explicou que o critério de avaliação de Camila foi puramente técnico. Outra atleta, de Belo Horizonte, a Ariele Matias, também foi bem avaliada tecnicamente, mas não conseguiu recursos para viajar. Ele acredita que no próximo ano, a CBHP terá condições de promover um campeonato feminino na modalidade. "Aos poucos, a gente vai aumentando o número de participantes", disse Tavares. Agência Brasil

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