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Bruce Springsteen fecha Rock in Rio Lisboa com Adele na plateia.

Aos 66 anos, ele se apresentou para 67 mil pessoas nesta quinta-feira (19).

Em 20/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O primeiro fim de semana da sétima edição do Rock in Rio Lisboa estava marcado para sexta-feira (20) e sábado (21). Mas quem está disposto a contrariar Bruce Springsteen? Sim, o evento mudou de dia só para se encaixar na agenda deste senhor de 66 anos e 19 discos lançados.

Ele levou 67 mil pessoas ao Parque da Bela Vista nesta quinta-feira (19), mas o show da turnê que comemora os 35 anos de aniversário do álbum “The River” fugiu do setlist habitual. Em vez de tocar o disco todo na íntegra (e mais uns hits no final), apostou em músicas de seu disco mais famoso (“Born in the USA”, de 1984).

A voz bem conservada de Springsteen foi posta a serviço de músicas como “Badlands”, primeira da apresentação que durou pouco mais de duas horas e meia. Do disco que dá nome à turnê, apenas três canções: a bonita "Hungry Heart", "Out in the street" e a faixa-título.

Nela, perigosos falsetes aparecem no fim. Daqueles que complicariam a vida de qualquer cantor sessentão menos conservado. Mas, como poucos no mercado, Bruce é voz e pose.

Cada levantada de guitarra daria um pôster melhor do que o outro. Cada berro emocionado de olhos fechados é de fazer Adele suspirar. E ela suspirou. Estava perto da mesa de som na frente do palco e foi dar um alô para Bruce no camarim, aproveitando que estava em Lisboa para shows no fim de semana.

Aquém do Sr. Springsteen só mesmo a versão um tanto capenga de "Atlantic City". E o comecinho de show, vamos combinar, é sóbrio demais. A partir de “Hungry Heart”, tudo melhorou. Sem a guitarra, caminhou pela passarela, desceu de lá com o cuidado que a idade exige e caiu no braço do povo da grade, quase em câmera lenta.

Xutos, Pontapés e apatia
Antes de Bruce, o Palco Mundo recebeu os heróis locais Xutos e Pontapés, com mais de 35 anos de carreira. Peritos em abrir para grandes roqueiros gringos, como para os Rolling Stones na edição passada, encontraram uma plateia entregue. Foram muito bem recebidos.

Já o grupo galês Stereophonics fez o que dele se esperava. Bem pouco. O patinho feio do britpop é apático além da conta. Um Travis sem ternura. Um Kaiser Chiefs sem cerveja. Um Franz Ferdinand sem rebolado. Um Oasis sem marra.

Se o pop rock do Reino Unido é uma lanchonete e o Coldplay é uma bela coxinha... O Stereophonics é empada requentada. Obviamente, sem azeitona.

Antes, rock português em inglês
O garage rock divertido da dupla portuguesa The Sunflowers encontrou público inicial de 30 pessoas no Palco Vodafone, dedicado ao rock alternativo. Houve barulho, baquetadas com mais empenho do que destreza e um vocalista com cabelo tapando o rosto. Era por timidez, brincou, nos camarins após o show.

O Sunflowers terminou a "festa", nas palavras deles, com cover de Iggy Pop e The Stooges ("I wanna be your dog"), um pouco mais de público e alguma traquinagem. Um bom exemplo foi quando resolveram passar flores na guitarra para ver qual som iria sair. Resposta: nenhum.

"Podem chegar mais perto, que o rock não morde", brincou o guitarrista do Keep Razors Sharp. Com declarações e sonoridade mais afiadas, o quarteto tocou seu rock pesado e psicodélico, feito para quem curte um Tame Impala ou Flaming Lips da vida.

São dois guitarristas/vocalistas, um baixista e um baterista. Estavam há meses sem tocar e retornaram pelo festival. Embora cantem em inglês, após o show disseram ser fãs de Mutantes e Secos e Molhados. Fez sentido.

Ao fechar a programação do palco secundário, a banda americana Black Lips apresentou seu rock zoeiro e sem tanto nexo. Teve vocal esganiçado, vários "obrigados" ditos com voz fininha e o rock apressado de canções como “O Katrina!”.

As três bandas tiveram pelo menos uma coisa em comum: pareceram estar se divertindo mais do que o público.

O Rock in Rio Lisboa continua nesta sexta-feira (20). Queen + Adam Lambert, Mika e Fergie são as atrações principais do Palco Mundo. O Boogarins, de Goiânia, fecha a programação do palco dedicado ao rock alternativo.

 

Fonte:g1/Lisboa