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Buracos e ondas fortes são armadilhas para banhistas no ES.

Em dois dias, foram registradas duas mortes por afogamento no estado.

Em 21/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Durante o verão, os banhistas precisam redobrar a atenção em praias, lagoas e rios. Tão atrativa quanto perigosa, a água exige cuidados especiais. Em dois dias, o Espírito Santo registrou duas mortes em dois dias.

No domingo (18), um jovem de 22 anos morreu afogado na Praia de Itapoã, em Vila Velha. Na segunda-feira (19), um adolescente de 13 anos que nadava na Lagoa Juparanã, em Linhares.

O major Leonardo Carnielli, do Corpo de Bombeiros, explica que nas praias de forte correnteza o perigo é sempre iminente.

“As praias que tem uma arrebentação (ondas) forte, que quebra muito na areia, são as mais perigosas, pois podem tirar a estabilidade do banhista. Principalmente quem não sabe nadar pode ser levado para buracos e correntezas”, alertou.

Outra questão preocupante são correntes de retorno – também chamadas de valas ou bocas –, formadas pela movimentação da correnteza e pelo relevo da areia no fundo do mar.

“Elas são uma máquina de afogar. Geralmente, em praias de rebentação, elas estão justamente onde não há ondas. Quando a pessoa é pega nessa situação, é preciso ter calma, deixar o mar levar ela pra ao fundo e depois nadar lateralmente, saindo por onde haja rebentação”, indica o bombeiro, que também fala sobre os riscos de se nadar muito próximo às áreas com pedras. “Quando a maré sobe a pessoa pode ser facilmente levada ou até mesmo se machucar nelas”.

Mas não só as águas revoltas escondem ameaças. Muito frequentada por banhistas, a praia da Curva da Jurema, em Vitória, é exemplo disso. “Por ficar em uma área de aterro, ela possui partes que mesmo próximas à areia podem afundar rapidamente e surpreender”, explica Leonardo.

Prevenção
A expressão “água no umbigo, sinal de perigo”, reforçada pelo Corpo de Bombeiros, já indica o ponto máximo até onde os banhistas podem avançar com segurança em qualquer praia.

Além disso, não ingerir álcool, observar as condições do mar e manter-se próximo às áreas ocupadas por guarda-vidas são ações necessárias para garantir uma diversão tranquila. Devido às correntezas, o uso de boias, que podem se afastar da costa, deve ser evitado.

“Deve-se ter atenção especial às crianças. Se houver correnteza, elas devem estar ao alcance da mão do adulto”, completa Carnielli.

Riscos em rios e lagoas
Não é apenas a forte correnteza que pode transformar rios e cachoeiras em verdadeiras   armadilhas  para os banhistas. Especialmente no atual período de chuvas, restos de madeira, entulhos e pedras fazem com que a água, por vezes escura, torne-se ainda mais traiçoeira.

“Com as chuvas intensas, o leito do rio muda muito. As pessoas que costumam ir nos mesmos locais acreditam que a situação está sob controle, mas pode acontecer algum acidente e elas ficam presas no fundo ou se machucam. Como geralmente são áreas afastadas do perímetro urbano, muitas vezes não há nem socorro e nem hospitais próximos para piorar”, alerta o major Leonardo Carnielli, do Corpo de Bombeiros.

Para os que se aventuram, é preciso manter os olhos atentos à água e ao céu. Caso haja uma ameça de chuva, o protocolo é sair rapidamente, já que os rios tendem a encher em poucos minutos.

“O volume da água pode subir exponencialmente, pois os mananciais coletam toda a água da chuva que cai ao redor. É importante ficar sempre próximo à margem”, esclarece o major Leonardo.

O Corpo de Bombeiros indica que banhistas na correnteza mantenham as pernas para cima (a fim de evitar esbarrar com pedras e galhos no fundo) e enfrentem a corrente de água de frente, observando seu rumo.

“À medida que a força da água diminui, a pessoa pode tentar se agarrar a alguma coisa ou se aproximar da margem”, conclui Leonardo.

Lagoas
Já nas lagoas, que também são bastante frequentadas no verão, os relevos no fundo devem ser motivo de maior atenção. Muitas delas são frutos de aterro e, por isso, podem possuir zonas mais profundas, que surgem repentinamente.

“São os chamados buracos. A profundidade aumenta lentamente, mas de repente a pessoa pode afundar. O mais adequado é que as pessoas só frequentem os locais que possuem guarda-vidas”, sugere Leonardo.

Fonte: Maira Mendonça, De A Gazeta