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Cabeleireira é multada na Noruega por negar entrada a mulher com véu.

Norueguesa não deixou que jovem entrasse em sua loja com o hijab.

Em 12/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um tribunal da Noruega condenou nesta segunda-feira (12) uma cabeleireira a pagar uma multa de 10 mil coroas norueguesas (pouco mais de mil euros) por ter proibido a entrada em seu estabelecimento na cidade de Bryne, no sul do país, de uma mulher que usava o hijab, o véu islâmico.

A sentença considerou Merete Hodne culpada do crime de discriminação por motivos religiosos contra a jovem Malika Bayan. Além disso, a decisão obriga a cabelereira a assumir os custos do julgamento.

O tribunal levou em conta os comentários feitos por Merete, que participa de movimentos anti-islâmicos como o Pegida, fez no Facebook defendendo que o Islã é "muito pior" que o nazismo e se referindo ao episódio, ocorrido em outubro do ano passado, ao afirmar que não desejava ter o "mal" dentro de seu estabelecimento.

"O tribunal não tem dúvida de que a acusada agiu de forma proposital e, com pleno conhecimento, quis discriminar Bayan ao expulsá-la do salão porque era muçulmana", diz o texto da decisão.

'Símbolo de extremismo'
Merete chegou a afirmar no julgamento que sentiu "ansiedade" quando viu Malika e uma amiga com o hijab em seu estabelecimento, porque, para ela, o véu é "um símbolo de extremismo político".

Além disso, a cabelereira relatou que, depois que as duas lhe perguntaram quanto custava o corte de cabelo, disse a elas que não aceitava clientes com essa peça de roupa em seu estabelecimento e as mesmas deixaram o local.

Malika, no entanto, afirmou que Merete nem sequer lhe deixou falar quando entrou no local e que a ameaçou, dizendo que procurasse outro salão.

"Estou muito aliviada. A quantia da multa não importa. Isto não é uma questão pessoal. Desejo o melhor para ela, mas é importante deixar claro que não é legal discriminar", declarou Malika à agência "NTB".

O caso, que recebeu grande atenção midiática na Noruega, chegou aos tribunais porque Merete, que já comunicou que vai recorrer da sentença, se negou a aceitar uma multa das autoridades de 8 mil coroas norueguesas (861 euros).

Fonte: EFE