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Capixaba Silva vai tocar com Lulu Santos no Palco do Rock in Rio

Um dos maiores nomes do pop nacional convidou o cantor e compositor capixaba.

Em 25/01/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação/I hate flash

"Eu sou um artista pop por excelência, por essência". A afirmação, feita por Lulu Santos em uma das salas de um hotel em Ipanema na tarde desta quarta-feira (23), resume não apenas as consolidadas intenções musicais do artista, mas também o que se pretende levar ao Palco Sunset do Rock in Rio na noite de 28 de setembro, quando ele dividirá a apresentação com o cantor e compositor capixaba Silva.

Curador do espaço, o músico Zé Ricardo explicou a mistura.

"O Lulu é responsável pela formatação daquilo que se convencionou chamar de 'Pop nacional'. É o artista que nasceu com o dom para criar aquelas canções que passam a fazer parte das nossas vidas. Enxergo no Silva a mesma abordagem, os álbuns dele mostram isso. E era essa pegada pop que queríamos levar ao palco. Por isso juntamos os dois".

Esta não será a primeira vez que os caminhos de Lulu Santos e Silva se cruzam. Acompanhados pelo rapper Don L, os dois já haviam gravado o single "Noite", de 2015. A colaboração deixou desejo de continuidade – algo que se concretizou quando Lulu foi chamado para se apresentar no Palco Sunset.

"O Silva consegue condensar essa linguagem pop na música brasileira – as músicas dele deixam isso bem claro. Tivemos algumas ideias iniciais sobre como será esse show. Ainda teremos que pensar nas canções com mais cuidado, pois será uma apresentação de apenas 60 minutos. Temos que entregar algo que vai agradar as pessoas e para isso, na verdade, não tem muito erro. Um festival não é lugar para experimentar. Mas ele é uma pessoa de quem eu gosto e na qual confio. Ou seja, essa colaboração é boa para nós dois e também para o público".

Silva lançou o primeiro álbum, "Claridão", em 2012. Seguiram-se mais quatro registros: "Vista pro mar", de 2014, "Júpiter", lançado em 2015, "Silva canta Marisa", que chegou ao mercado em 2016, e "Brasileiro", do ano passado. Desde o início, o artista chamou a atenção ao promover uma fusão entre música popular brasileira e sonoridade pop.

Será a primeira vez que Silva estará em uma edição do Rock in Rio. — Foto: Divulgação/I hate flash

Será a primeira vez que Silva estará em uma edição do Rock in Rio. — Foto: Divulgação/I hate flash

"Aprendi com o Lulu. É só ouvir um álbum ou ir a um show dele para ver como todos sabem as letras das canções. De certa forma, sempre foi isso que busquei também: conseguir me comunicar com o público cantando canções com as quais todos possam se relacionar. O Lulu é mestre nessa arte".

Lulu se apresentou na primeira edição do festival, em 1985, e também em 2015, no Palco Mundo – ele ainda fez uma participação na apresentação do Jota Quest em 2013. Silva tem experiência oposta: será a primeira que ele estará em um Rock in Rio – evento que, garante, sempre acompanhou pela TV.

Sobre o Rock

Lulu: "Foo Fighters é última grande banda de Rock da história". — Foto: Divulgação/I hate flash

Lulu: "Foo Fighters é última grande banda de Rock da história". — Foto: Divulgação/I hate flash

A celebração do formato pop em um festival que carrega Rock no próprio nome faz Lulu ponderar o que poderia ter feito o estilo que marcou tanto o início de sua carreira ter se distanciado do público de forma tão acentuada nos últimos anos.

"O que acho que acontece com o Rock é uma questão de prazo de validade. A música pop é o estado atual da humanidade, já que reflete os desejos e anseios das pessoas que vivem o nosso tempo. A virulência, a urgência, a potência que se esperam do Rock migraram para outros estilos. Há pelo menos 20 anos o rap faz aquilo que o Rock costumava fazer. Podemos chamar Imagine Dragons de Rock? Podemos chamar Coldplay de Rock? O último grupo de Rock relevante a surgir na história foi o Foo Fighters, surgido ainda na década de 1990 – não houve nada tão grande depois disso. É claro, o Rock não morre: os 'standards' como Rolling Stones e Roger Waters permanecem vivos, no coração das pessoas, fazendo shows e atraindo grande público, mas a linguagem que pertencia ao Rock tomou outros caminhos e formas".