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Carros de som que fecharam ciclovia em protesto na Paulista são multados

Prefeitura diz que caminhões não tinham autorização para pararem no local.

Em 14/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Seis carros de som que foram estacionados na Avenida Paulista, região central de São Paulo, foram multados pelos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no domingo (13) por bloquearem a passagem de bicicletas na ciclovia durante o protesto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ( PT).

"A CET tem um padrão, ou seja, os agentes de trânsito obedecem ao Código Nacional de Trânsito. Se você tem um local onde não é permitido veículo motorizado e o veículo está lá é um procedimento do próprio agente de tomar medidas", afirmou o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto nesta segunda-feira (14).

Segundo Tatto, diferente do que os grupos que organizavam o ato informaram, os veículos não tinham autorização para estacionar sobre a ciclovia. A Avenida Paulista é aberta aos pedestres e ciclistas aos domingos e recebe milhares de pessoas. Os veículos são proibidos de circular pela via das 10h às 17h.

Em reunião com a Polícia Militar, organizadores e a Prefeitura, os responsáveis pelos movimentos solicitaram que a administração municipal fechasse a ciclovia e não montasse a ciclofaixa na avenida no domingo durante a manifestação, mas o pedido não foi acatado.

Em nota enviada na sexta-feira (11), a Prefeitura informou que só seria permitida a passagem de veículos dos moradores e de emergência nos percursos já definidos no período de interdição, que a ciclovia e a ciclofaixa funcionariam normalmente e que os carros que permanecessem estacionados na via seriam multados.

O protesto
Manifestantes se reuniram no domingo na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em ato contra o governo Dilma Rousseff (PT). A manifestação foi menor do que as três anteriores realizadas neste ano contra a presidente e acabou por volta das 18h30.

O Instituto Datafolha calculou que o ato reuniu 40,3 mil manifestantes na Avenida Paulista. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que havia 30 mil pessoas no horário de maior concentração, às 16h15. A organização do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos seis grupos que convocaram o ato, informou que 80 mil pessoas participaram do ato na Paulista.

O advogado Roberto Germanos, um dos integrantes do Endireita Brasil, falou ao G1 que nenhum dos seis grupos participantes do ato tem precisão para informar quantas pessoas participaram nesta tarde. Ele afirmou, no entanto, que, por sua experiência, cerca de "50 mil pessoas protestaram hoje". Germanos concorda que o ato teve menos adesão do que os três anteriores realizados neste ano, mas disse que "sai satisfeito do protesto".

O Movimento Vem Pra Rua divulgou, por volta das 17h30, que foram entre 100 mil e 150 mil manifestantes na Avenida Paulista. Os organizadores assumem que a manifestação foi menor que as anteriores. "A gente sabia que ia ser menor porque houve um tempo menor de divulgação, por isso chamamos de 'esquenta'", afirmou Rogerio Chequer.

Marcelo Reis, fundador do movimento Revoltados Online, estima que foram 500 mil manifestantes reunidos na Avenida Paulista. Ele disse que o protesto foi muito bom pelo pouco tempo que tiveram para organizá-lo e que foi só um "esquenta para o próximo ato".

Às 17h20, o comandante Luiz Henrique Jacintho, da PM, um dos responsáveis pelo policiamento durante a manifestação, afirmou que o ato foi pacífico e apenas uma mulher foi levada ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, porque tirou a blusa em meio ao protesto.

Por volta das 19h, um outro homem foi detido em frente ao Masp. O tenente-coronel André Luiz informou que o morador de rua se envolveu em uma discussão e ameaçou dois vendedores ambulantes. A PM foi chamada e deteve o homem. Ele será levado para um pronto-socorro e o caso também irá para o 78º DP.

Começo do ato
Segundo a assessoria de imprensa da PM, o ato começou por volta das 11h30, com a concentração de pessoas e ao menos sete caminhões de som na via. Em sua maioria, pessoas vestem camisetas amarelas, carregam bandeiras do Brasil e faixas contrárias ao governo.

Entre os gritos de ordem estão os pedidos para o impeachment de Dilma - uma grande faixa foi estendida pela avenida com a inscrição 'Impeachment já'. Os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior também estavam presentes no ato. Foram eles que formularm o pedido de impeachment da presidente Dilma aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"O Brasil não pode permanecer nas mãos do PT. O Brasil  não pertence ao PT, o Brasil não pertence à senhora Dilma Rousseff. O Brasil é nosso, é do povo que clama por uma democracia verdadeira", disse Bicudo. "Nós queremos a devolução do nosso país. Nesta avenida, ruas e praças de todo o Brasil, nossos corações transbordam do sentimento de justiça. Na boca do povo, uma só palavra: impeachment".

Segundo a PM, seis grupos haviam se reunido na semana passada com a corporação para pedir autorização para realizar o protesto na Paulista. Entre os grupos que participaram do encontro estavam: Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua, Solidariedade, Endireita Brasil, Revoltados On Line e outro ligado ao ator Alexandre Frota.

Por volta das 14h40, os manifestantes estavam espalhados ao longo de sete quarteirões da Avenida Paulista. A maior concentração estava em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na esquina com a Rua Pamplona. Sete caminhões de som estavam na via neste domingo.

Protestos anteriores na Paulista
Neste ano, os três últimos protestos contra o governo federal que ocorreram na região da Avenida Paulista foram em 12 de abril, 15 de março e 16 de agosto. Em abril, a PM havia calculado em 275 mil o número de manifestantes. O Datafolha informou que foram 100 mil. Já os organizadores falaram em 800 mil pessoas.

Em março, tanto a PM como os organizadores informaram que havia 1 milhão de pessoas. O Datafolha apontava 210 mil. Em agosto, os grupos organizadores estimaram o público entre 900 mil e 1,5 milhão de pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram 350 mil, no pico. O Datafolha contou 135 mil manifestantes naquela ocasião.

Fonte:G1