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Ceturb não descarta falha na porta de ônibus onde vendedora caiu.

Dayane Barbosa morreu após cair de um Transcol na noite de terça-feira (16).

Em 18/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb) não descarta falha na porta do ônibus onde ocorreu o acidente que matou a vendedora Dayane Barbosa, 22 anos, na noite da última terça-feira (16).

“Não excluímos a possibilidade de ter havido uma falha na porta do veículo, mas precisamos aguardar o resultado da perícia para que a Ceturb tenha um posicionamento sobre o caso”, explicou Rosane Giuberti, diretora de operações da Ceturb.
Todos os ônibus do sistema Transcol contam com um dispositivo de segurança, conhecido como “Anjo da Guarda”, que impede que o coletivo fique com as portas abertas quando está em movimento.
Segundo a Unimar Transportes, empresa do Consórcio Sudoeste que opera a linha 507, o impacto da batida da vítima na porta fez com que o parafuso que regula o abre e fecha quebrasse e cedesse. A empresa informou também que o tacógrafo já foi analisado e constatou que o veículo estava em velocidade permitida para o local.

O engenheiro mecânico Sandro Tolentino Ferreiro não crê que havia força suficiente para derrubar a porta. “Acho muito difícil uma pessoa ser arremessada (contra a vontade) de uma distância muito pequena e conseguir atravessar a porta. Se ela se jogasse já seria muito difícil”, explica o engenheiro.
A empresa não comentou a afirmação.
Perícia
O delegado Alberto Roque, da Delegacia de Delitos de Trânsito, diz que só a perícia pode apontar se houve atropelamento, negligência da empresa e excesso de velocidade. Se o motorista for responsabilizado pelo acidente, ele pode responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Moradores dizem que os acidentes são frequentes.
Imprudência, excesso de velocidade, pouca fiscalização e quatro mortes por atropelamento e colisões nos últimos quatro anos. Esse é o cenário onde a vendedora Dayane Barbosa, 22 anos, perdeu a vida ao cair de um ônibus em movimento. O acidente aconteceu no cruzamento entre as avenidas Gonçalves Lêdo e Capixaba, no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha.
O relato é dos moradores que vivem no entorno das vias, por onde passam ônibus que saem do Terminal de Vila Velha. A dona de casa Michelle Goes, 40 anos, diz que até já ajudou a socorrer vítimas. Michele conta que é comum acordarem com freadas bruscas e colisões à noite.
Segundo a população, mesmo com semáforo no local, condutores furam o sinal vermelho e fazem as curvas em alta velocidade, inclusive motoristas de ônibus. Uma moradora, que não quis se identificar, diz que de dentro de sua casa é possível ouvir os gritos dos passageiros assustados com a direção perigosa de motoristas, especialmente à noite.
E embora a comunidade tenha reclamado frequentemente com a prefeitura, raramente há fiscalização de trânsito no local, o que incentiva a imprudência. A solução, segundo os moradores, seria forçar a redução de velocidade e o respeito ao semáforo e à faixa de pedestres com a implantação de radares eletrônicos no local.
Em nota, a Prefeitura de Vila Velha alegou que a Guarda Municipal tem fiscalizado o local e que o município está conversando com outros órgãos públicos sobre a implantação de radares em vias municipais.

O acidente

A vendedora Dayane Barbosa da Silva estava sentada na cadeira destinada a deficientes físicos e, no momento em que o ônibus fez uma curva, caiu, batendo na porta e sendo arremessada para fora do coletivo. Dayane bateu a cabeça no chão e morreu na hora.
O ônibus, que era articulado e fazia a linha 507 (Terminal de Laranjeiras/Terminal do Ibes), tinha acabado de sair do Terminal de Vila Velha e seguia para o bairro Ibes quando o acidente aconteceu, por volta das 22h10.
O motorista, de 27 anos, contou à polícia que ao trafegar pela Avenida Capixaba passou por um sinal verde e curvou à esquerda, a fim de fazer um retorno e seguir por uma via de acesso ao bairro Ibes.
Segundo ele, Dayane estava sentada de lado, e enquanto usava uma mão para segurar a barra de fixação do coletivo, mantinha a outra segurando duas caixas de papelão. No momento em que o ônibus curvou, as caixas acabaram caindo da mão da vendedora e deslizaram. Ela então se soltou da barra de fixação, batendo na porta do coletivo. Com o impacto da batida, a porta abriu e Dayane caiu, batendo a cabeça na pista da Avenida Gonçalves Ledo.
O motorista contou que ouviu o barulho das caixas deslizando e, em seguida, um barulho mais forte. Ao ouvir pessoas falando que algo havia caído, parou o ônibus e, quando saiu do coletivo, viu a vendedora caída ma via. Ele, então, acionou uma ambulância do Samu e, assim que ela chegou, 20 minutos depois, os socorristas constataram que Dayane havia morrido após bater a cabeça.
Por isso, frisou que a vendedora não chegou a ser atropelada pelo ônibus. Policiais também afirmaram que Dayane morreu após bater com a cabeça no chão.

Gazetaonline