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Chefe de polícia alemã é suspenso após agressões no Ano Novo.

Ataques a dezenas de mulheres em Colônia chocam a Alemanha.

Em 08/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O chefe da polícia da cidade alemã de Colônia foi suspenso nesta sexta-feira (8) depois de receber duras críticas pela atuação de seus agentes que não conseguiram evitar as agressões sexuais e os roubos cometidos contra mulheres durante a noite de Ano Novo.

Uma centena de casos de violência sexual na noite de ano novo em Colônia, oeste da Alemanha, atribuídas a "jovens aparentemente de origem árabe" tem causado polêmica em todo o país - cujo governo condenou os crimes, embora esteja preocupado com uma possível estigmatização dos refugiados.

Wolfgang Albers, de 60 anos, foi suspenso temporariamente, informaram a agência DPA e o jornal "Kölner Stadt-Anzeiger", citando fontes da administração local.

O ministério federal do Interior anunciou nesta sexta que a polícia está investigando 31 "suspeitos", incluindo 18 demandantes de asilo, pelas agressões e roubos.

"Dos 31 suspeitos com nomes conhecidos, 18 têm status de demandantes de asilo", afirmou Tobias Plate, porta-voz do ministério, que citou sobretudo roubos e agressões físicas.

"Também foram apresentadas três denúncias por agressões sexuais, mas as pessoas que as cometeram ainda não foram identificadas", disse.

Indignação
A chanceler alemã Angela Merkel conversou por telefone com a prefeita de Colônia, Henriette Reker, e manifestou "sua indignação diante destes atos de violência insuportáveis e agressões sexuais". Outros políticos tentaram estabelecer um vínculo entre os crimes e o aumento da presença de imigrantes no país.

O caso, que ganhou amplitude à medida em que novas denúncias são registradas, comoveu todo o país pela "nova dimensão" que implica a participação de "mais de mil pessoas", que agrediram ou protegeram os agressores, declarou à imprensa o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas.

"Trata-se de uma nova forma de crime organizado (...) Será preciso refletir sobre isso, pensar em meios para enfrentá-lo", afirmou.

Estes ataques foram atribuídos a grupos de 20 a 30 jovens bêbados que se reuniram perto da Catedral e da Estação Central de Colônia. A polícia também disse que recebeu uma dúzia de queixas em Hamburgo (norte).

Segundo as vítimas, os agressores só atacavam mulheres.

Fonte: AFP