ESPORTE NACIONAL

Com sobra, Fred é o artilheiro do futebol brasileiro na década

Atacante tem 174 gols em jogos oficiais por clubes desde 2011.

Em 05/01/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

De volta ao Cruzeiro depois de mais de 12 anos, FRED é a grande contratação do mercado nacional até aqui. E não é para menos. Quando o tema é bola na rede, o atacante tem números que comprovam ser profundo entendedor do assunto. O blog Numerólogos pesquisou todos os gols marcados nesta década (a partir de 2011) por jogadores que atuam ou atuaram em clubes brasileiros no período. E ninguém fez mais a alegria dos torcedores do que Fred. A contagem engloba jogos oficiais por clubes de todas as competições, exceto estaduais que não sejam da primeira divisão. Nessas condições exigidas pelo estudo, Fred acumula 174 gols, com ampla margem de vantagem em relação aos concorrentes. NETO BAIANO ocupa a segunda posição da lista com 124. LEANDRO DAMIÃO e MAGNO ALVES vêm em seguida, ambos com 121. Ídolo de Ceará e Fluminense, Magnata impressiona por ter essa marca já bem veterano, dos 35 a 41 anos. Ele fechou agora com o Novorizontino. Damião teve o seu melhor momento em 2011 e 2012, quando somou 62 gols nessas temporadas pelo Internacional.

A estatística significa que Fred tem média de 24,85 gols por temporada nos sete anos que compõem a atual década. Foram 132 com a camisa do Fluminense no período, além dos 42 defendendo o Atlético-MG, grande rival do Cruzeiro. Nesse tempo, Fred teve em 2011 a sua melhor temporada em números absolutos de gols: marcou 34. Em contrapartida, 2013 foi a sua pior entre as temporadas mais recentes. O centroavante conviveu com lesões naquele ano e anotou apenas oito gols daquela vez. Fred fez 30 gols tanto em 2012 como agora em 2017. O goleador marcou em 27 oportunidades em 2014, 22 no ano seguinte e 23 em 2016. E a grande maioria dos gols aconteceu no Campeonato Brasileiro (veja o gráfico).

Além de Neto Baiano, que teve maior destaque em cenário nacional com as camisas de Vitória e Sport, outros nomes sem tanta pompa figuram entre os dez principais goleadores da década. Um exemplo disso é ZÉ CARLOS, quinto colocado do ranking. O atacante teve passagem rápida pelo Cruzeiro e não aproveitou a sua maior chance da carreira. Conseguiu ser expulso aos 7 segundos de jogo em um clássico contra o Atlético-MG. Apesar do inusitado e negativo episódio, Zé não desaprendeu a fazer gols. Muito pelo contrário. Afinal, ele anotou 41 em 2012, e ficou atrás apenas de Neymar (43) naquela temporada. Na década em que estamos, o jogador defendeu Criciúma, Fortaleza e CRB, entre clubes brasileiros, e acumulou 110 gols com essas camisas no período. A conta poderia ser maior por aqui se não tivesse passado pelo futebol chinês e pelos Emirados Árabes.

Rafael Oliveira, Kieza, André, Hernane e Léo Gamalho completam a lista dos dez maiores goleadores da década no futebol brasileiro. Certamente, o menos conhecido do grande público é o primeiro citado e sexto do ranking. Você pode não ter ouvido falar de RAFAEL OLIVEIRA, mas não fale mal dele quando estiver em Belém ou João Pessoa. Pelo Paysandu, o atacante anotou 49 de seus 109 gols desde 2011. Com a camisa do Botafogo-PB foram 40 bolas na rede.

KIEZA teve a sua melhor temporada em 2015, quando cravou 29 gols pelo Bahia. No ano seguinte, foi para o São Paulo, mas ficou pouco tempo no Tricolor paulista (não fez gol) e logo se transferiu para o Vitória. ANDRÉ exibiu o melhor de si este ano. Foram 27 gols com a camisa do Sport. HERNANE brilhou em 2013 ao marcar 36 gols pelo Flamengo. O auge de LÉO GAMALHO ocorreu em 2014: 32 gols pelo Santa Cruz, onde ficou conhecido como Ibrahimovic do Nordeste. O curioso é como Gamalho muda de time. Foram dez de 2011 para cá, além do Nacional-URU, que não está inserido na pesquisa por ser um clube estrangeiro.

Veja o TOP 10:

  (Foto: Infoesporte)

(Foto: Infoesporte)

DO 11º AO 20º

GUERRERO atua no Brasil desde 2012. Ou seja, em seis das sete temporadas da década até aqui. O peruano soma 94 gols com as camisas de Corinthians e Flamengo em partidas oficiais e ocupa a 14ª posição no ranking tratado na pesquisa. Os 20 gols fizeram de 2017 o ano mais artilheiro do gringo em solo brasileiro. Quem está um gol e uma colocação atrás é BRUNO RANGEL, uma das vítimas fatais do acidente de avião que levava a delegação da Chapecoense em 2016. O eterno ídolo do time catarinense viveu a sua melhor fase em 2013, quando terminou a temporada com 34 gols.

LUIS FABIANO não jogou no Brasil nas temporadas de 2011 (Espanha) e 2016 (China). Mesmo assim, o veterano atacante acumula 91 gols por São Paulo ou Vasco no período e está posicionado em décimo nono na seleta lista. Artilheiro do Ano em 2017 com 32, HENRIQUE DOURADO tem uma bola na rede a mais do que o Fabuloso no período e aparece em 16º, ao lado de LIMA (Joinville e Paysandu) e WILLIAM (Avaí e Ponte Preta). Nem todos lembram, mas o Ceifador já tinha feito uma grande temporada em 2015, quando marcou 25 vezes (18 pelo Palmeiras e sete pela Portuguesa).

O Sport passou um susto e só garantiu a sua permanência na Série A na última rodada. Ainda assim, DIEGO SOUZA tem motivos de sobra para festejar. O meia, que agora tem jogado mais adiantado, teve a sua melhor temporada quando se pensa em número de gols em 2017. Foram 21 no ano, além de algumas convocações para a Seleção. Já são 96 gols por clubes brasileiros e a 11ª posição provisória na artilharia da década que está em vigor.

DO 21º AO 50º

NEYMAR ficou apenas duas temporadas e meia no Brasil nesta década. Parece pouco tempo para muitos jogadores, mas o agora craque do PSG anotou 80 gols pelo Santos no período. Vale o destaque para o ano de 2012, quando o camisa 10 da Seleção foi o artilheiro do futebol brasileiro com 43 gols. ROGER e WELLINGTON PAULISTA têm carreiras parecidas (passaram por vários times em comum: Botafogo, Fluminense, Chapecoense, Ponte Preta e Internacional) e números semelhantes também. Ambos marcaram 17 vezes na temporada passada e somam 83 gols em jogos oficiais por times nacionais na década. Sendo assim, eles dividem a 24ª colocação no ranking.

omo esteve fora do Brasil de 2011 a 2014, RICARDO OLIVEIRA tem a sua conta de gols prejuducada na disputa. Mesmo assim, o Pastor, que está acertado com o Atlético-MG, anotou 71 gols nas últimas três temporadas e aparece na 47ª colocação. Todos essas bolas na rede mais recentes foram com a camisa do Santos. O lateral YAGO PIKACHU tem sido utilizado como meia no Vasco mas tem a maioria de seus 71 gols (isso mesmo, o mesmo número de Ricardo Oliveira) na década quando jogava pelo Paysandu, na sua posição de origem. O alto número tem a ver com a eficiência nas bolas paradas. No clube paraense, Yago era o cobrador de pênaltis e as faltas muitas vezes tinham a sua responsabilidade.

Veja a lista do 11º ao 50º do ranking:

  (Foto: Arte)

(Foto: Arte)

CURIOSIDADES

  • RICARDO OLIVEIRA e NEYMAR são os únicos entre os 50 primeiros que fizeram os gols com uma única camisa no futebol brasileiro. Curiosamente, ambos com a do Santos
  • Pouco conhecido no cenário nacional, RAFAEL OLIVEIRA ficou muito perto de defender o Botafogo em 2015. Ele chegou a treinar pelo clube carioca mas acabou não acertando
  • FRONTINI fez seus 72 gols na década por dez clubes diferentes. Só em 2017, o argentino naturalizado brasileiro defendeu quatro camisas (Confiança, XV de Piracicaba, Sergipe e CRAC).
  • VAGNER LOVE não figura entre os primeiros - está na posição 155 -, mas só atuou no Brasil em duas temporadas da década, marcando 40 gols. Fez 24 pelo Flamengo em 2012 e 16 pelo Corinthians em 2015
  • Segundo maior artilheiro da história do Brasileirão na era dos pontos corridos, PAULO BAIER aparece em 63º no ranking da década, com 62 gols. Ele encerrou a carreira em 2016.
  • A posição 83 da lista é dividida por ALEXANDRE PATO, LUCAS PRATTO e RONALDINHO GAÚCHO. Todos com 55 gols na década, atuando por clubes brasileiros. Um a mais do que ROBINHO de 2011 para cá, por Santos e Atlético-MG.
  • Além de BRUNO RANGEL, outros três jogadores que morreram no acidente com a delegação da Chapecoense aparecem no top 150: CLÉBER SANTANA, ANANIAS e KEMPES.