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Comissão Europeia abre investigação sobre trabalho de Barroso no Goldman.

Jean-Claude Juncker disse que iria buscar o conselho de um comitê de ética, apontou uma carta.

Em 12/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

BRUXELAS - O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu detalhes sobre o novo contrato do seu predecessor José Manuel Barroso com o Goldman Sachs dando assessoria para o Brexit, e disse que iria buscar o conselho de um comitê de ética, apontou uma carta.

A discussão teve início dois meses atrás, quando Barroso, um conservador que liderou a UE por uma década até 2014, foi nomeado pelo Goldman como presidente não-executivo do Conselho do seu braço internacional sediado em Londres, encarregado de assessoramento em relação à saída do Reino Unido da União Europeia.

O fato constrangeu autoridades

O fato constrangeu autoridades da UE num momento em que lutam para conter uma onda de euroceticismo que engole o bloco e é alimentada por argumentos de que altos funcionários de Bruxelas serviriam aos interesses de empresas internacionais, em vez dos da população em geral.

A provedora de Justiça Europeia, Emily O'Reilly, perguntou a Juncker se ele iria pedir uma avaliação ética da ação de seu antecessor, fazer uma emenda ao código de conduta ou emitir uma orientação especial para os negociadores da UE para o Brexit sobre como lidar com o ex-chefe.

Em sua resposta no dia 9 de setembro, Juncker escreveu:

Agir com integridade

"Embora nos meus contatos com o senhor Barroso ele tenha confirmado seu compromisso permanente em agir com integridade e discrição também em sua nova posição no Goldman Sachs, pedi que, neste caso específico, porque envolve um ex-presidente da Comissão, o secretário-geral (da Comissão) enviasse para ele uma carta pedindo que prestasse esclarecimentos sobre suas novas responsabilidades e os termos de referência do seu contrato, em relação aos quais buscarei assessoria do Comitê Ad Hoc de Ética."

Ele disse que os representantes da Comissão receberiam Barroso "não como um ex-presidente, mas como um representante de interesses".

Por Alastair Macdonald/Reuters