ECONOMIA NACIONAL

Concessão de crédito para empresas aumenta, diz BC

Em contrapartida, houve queda de 11,4% no empréstimo para pessoa física.

Em 26/05/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Reprodução/claudiozalaf

No entanto, os números do Sebrae mostram o quanto tem sido difícil a jornada dos pequenos empresários na busca por recursos que o ajudem a manter as suas atividades em funcionamento.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas empresas têm procurado se adaptar à nova realidade para não falir. Algumas têm recorrido a empréstimos para poder deixar as contas e pagamentos em dia. De acordo com o Banco Central (BC), só no mês de março, houve um aumento de 28,2% na concessão de crédito para pessoas jurídicas, se comparado a fevereiro. Em contrapartida, houve queda de 11,4% no empréstimo para pessoa física, também se comparado ao mês anterior.

Para o professor de Economia do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari, uma das explicações para o aumento da concessão de crédito à pessoa jurídica se dá ao período de isolamento social.

‘‘A quarentena fez com que muitas empresas buscassem meios de remunerar o quadro de pessoal principalmente, e manter a própria existência’’, diz.

Ainda de acordo com o BC, os empréstimos, em março, chegaram a R$ 396,8 bilhões de reais. As modalidades de empréstimos para empresas podem ser divididas em dois tipos: o crédito livre e o direcionado. Segundo o especialista, alguns créditos são melhores que outros.

‘‘Para pessoa jurídica, créditos relacionados a vendas (desconto de duplicatas) e projetos de investimento, podem ser as melhores opções’’.

Apesar disso, Cavagnari garante que o empréstimo ainda tem sido a melhor solução para as empresas, principalmente para as pequenas e médias. ‘‘Isso serve para movimentar o mínimo possível da economia’’, conclui.

O professor ainda alerta para os cuidados que as empresas precisam ter ao contratar esses serviços.

‘‘Com uma atividade econômica excessivamente baixa, muitas empresas também entraram em um quadro de inadimplemento’’. Por isso, é preciso saber sobre a demanda da sua atividade econômica para não ser negativado.

SAIBA MAIS

Empresários enfrentam dificuldade para obter crédito

Mais de 87% daqueles que solicitaram empréstimos tiveram o pedido negado ou ainda têm seus pedidos em análise, segundo o Sebrae.

Um novo levantamento feito pelo Sebrae mostra que com o agravamento da crise mais empreendedores sergipanos reforçaram a necessidade de obter crédito para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. O percentual, que era de 49% na pesquisa feita no início de abril, saltou para 69% no estudo divulgado nesta terça-feira. Apesar dessa necessidade, um outro dado revela que eles têm enfrentado sérias dificuldades para obter os recursos junto ás instituições financeiras.

Mais de 87% daqueles que solicitaram empréstimos tiveram o pedido negado ou ainda têm seus pedidos em análise. Menos de 13% tiveram sucesso. Entre os motivos apontados para a não liberação, 15,4% dos empreendedores não tiveram o cadastro aprovado, enquanto 12,4% acharam a taxa de juros cobrada muito alta para a capacidade de pagamento da empresa. Outros 11,3% revelaram que o pedido não foi aprovado pelo fato das empresas estarem negativadas.

A pesquisa indicou ainda que os bancos, sobretudo os públicos, têm sido os mais procurados pelos empresários na hora de buscar o crédito. Apesar disso, são nas cooperativas que eles encontram mais facilidade para obter os recursos.

“Os números mostram o quanto tem sido difícil a jornada dos pequenos empresários na busca por recursos que o ajudem a manter as suas atividades em funcionamento. Apesar de terem sido lançadas linhas de crédito para esse público, é notório que elas não chegaram ainda a quem está precisando. É necessário que essas medidas tenham mais celeridade, pois caso contrário veremos crescer o número de empresas que fecharão suas portas por conta dessa crise”, explica o superintendente do Sebrae em Sergipe, Paulo do Eirado. (Por Ana Paula Scorsin - Com PG1 - Sebrae - Jornal da Cidade)