Confiança do empresário do comércio de Vitória cresce pelo terceiro mês seguido.

O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) de Vitória apresentou a terceira alta consecutiva registrando, em setembro, variação positiva de 8,8% em relação a agosto. Em relação a setembro de 2015 a variação, também positiva, foi de significativos 17,8%. O índice se encontra no patamar de insatisfação/pessimismo em 90 pontos (numa escala de 0 a 200 ponto)s. 

Os três subíndices que compõem o ICEC,  Índice das Condições Atuais dos Empresários do Comércio (ICAEC), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e Índice de Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC), contribuíram para o resultado positivo.

Aos poucos 

“Aos poucos o empresário recupera a confiança. A recuperação das vendas é fundamental para que se mantenha a tendência de crescimento da confiança dos empresários, no entanto, o desemprego, ainda elevado, é um fator que prejudica e que tem mantido fraca a intenção de consumo das famílias, o que dificulta a retomada do setor”, destaca o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri. 

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Cariacica, Eliomar Cesar Avancini, a mudança de governo foi o principal motivo que contribuiu para melhorar a confiança do empresários nos últimos meses. “Começamos a firmar uma tendência de crescimento em relação às condições econômicas do país, no setor e na empresa. Para os próximos meses acredito que esse índice melhorará cada vez mais e entre no patamar de otimismo já no início de 2017”, diz.

A alta 

Na avaliação das condições atuais (da economia, do setor e da empresa) a alta foi significativa, na ordem de 25,4% em setembro em relação ao mês anterior. Comparado ao mesmo mês de 2015, registrou alta de 48,4%. O subíndice ainda está bem abaixo do patamar de satisfação e, por esse fato, as variações na direção da recuperação se mostram com maior intensidade. Dentro desse contexto, o percentual de empresários que afirmaram que as condições atuais da economia brasileira estão um pouco melhores ou pioraram menos que no ano passado passou de 39,5% para 50,6%. 

Expectativas, investimentos e otimismo 

As expectativas dos empresários também aumentaram, segundo o (IEEC), que teve um crescimento de 3,3% em relação a agosto, atingindo 141,6 pontos. O índice está no patamar de satisfação e é o maior índice em pontos dos últimos 24 meses. Para os próximos meses as expectativas dos empresários do comércio se mostraram melhores em todos os três componentes do subíndice: em relação à economia brasileira (crescimento 6,1%), em relação ao setor (crescimento de 2,5%) e à empresa (crescimento de 1,4%). Em relação a setembro de 2015 a alta do IEEC foi de 20,2%.

A melhora 

A melhora na avaliação das condições atuais e nas expectativas reflete diretamente na disposição do empresário a investir. Para os empresários do comércio, a análise das condições de investimentos (IIEC) cresceu 10,3% em relação a agosto. Nesse contexto, caiu de 76% em agosto para 73,7% em setembro o percentual de empresários que afirmaram que o nível de investimentos das empresas está menor que no ano passado. Dentre a avaliação das condições de investimentos está também a expectativa de contratações de funcionários para os próximos meses, que subiu significativos 28% em setembro quando comparado a agosto. 

Porte 

A análise por porte das empresas mostra que o índice de confiança dos empresários do comércio de Vitória se encontra no patamar de pessimismo para os empresários de menor porte (aqueles com até 50 funcionários) com 89,7 pontos. Para aqueles de maior porte, (com mais de 50 funcionários), o otimismo começa a chegar, com um índice atingindo 102,8 pontos. 

Nas expectativas, os empresários dos dois tipos de empresa ultrapassaram o patamar de indiferença de 100 pontos e estão mais otimistas para os próximos meses. Os indicadores do empresário de menor porte atingiram 141,7 pontos e os de maior porte atingiu 136,2 pontos em setembro.

No interior 

No interior do Estado a expectativa não é tão animadora. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte, Audenir Gomieri, a expectativa dos empresários do interior do Estado não é positiva. “O comércio está estagnado e ainda temos a crise hídrica para agravar. Dependemos completamente da agricultura, que está em baixa devido à falta d’água. Esperamos que as coisas se acertem quando a chuva chegar, e somado ao novo governo, pode ser que melhore”, diz. 

País 

No Brasil, o ICEC atingiu 93,5 pontos em setembro, representando um aumento 1,5% na comparação mensal e 14,8% na anual, com influência positiva dos três subíndices: o crescimento da avaliação das condições atuais subiu 6,3% em setembro com relação a agosto, das expectativas subiu 1,0% e do nível de investimentos a alta foi de 0,5%. 

Por Matheus Alvarenga