ESTÉTICA & BELEZA

Conheça os principais fatores de risco para a calvice feminina

Apesar de ser uma condição genética, fatores emocionais podem contribuir.

Em 14/01/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Desde sempre os cabelos e penteados foram uma característica relevante para denominar um estilo ou modo de vida. Nos anos 40, por exemplo, era comum que as mulheres tivessem cumprimentos médios e ondulados. Seguindo a mesma tendência na década de 50, as pin-ups mostraram toda a força da feminilidade, usando franjas, lenços e penteados que são comuns até hoje. Dando um salto na história, nos anos 80, era moda usar cachos volumosos ou apertados, cores diferentes com inspiração punk ou franjas desiguais que faziam referência ao estilo rocker. Em diferentes culturas, alguns penteados são feitos para momentos de celebração, para algumas religiões são sinônimo de retidão, portanto, são sagrados.

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De fato, os cabelos são uma extensão da personalidade das pessoas e marca de pertencimento em certas tribos. Ainda hoje, são considerados a moldura do rosto, especialmente, nas mulheres, porém, um problema que já é bastante conhecido entre homens tem amedrontado o sexo feminino: a calvície.  De acordo com especialistas, a alopecia androgenética, forma como esse tipo de queda de cabelos é clinicamente conhecido, está relacionado com a genética – como o próprio nome sugere – ou seja, pode ser hereditário. O lado bom é que esta patologia não é tão comum nas mulheres, além disso, nem toda perda de fios significa uma calvície, entretanto, independente do motivo, quando acontece se torna uma grande vilã para a autoestima delas.

Tudo sobre a calvície feminina

Como tudo na vida, os cabelos também passam por um ciclo. Eles nascem, crescem e morrem. Os fios que se soltam dão espaço para que outros possam retomar o processo. Porém, na calvície está sequencia é interrompida, quando eles caem, não crescem nunca mais.

De acordo com o médico Alan Wells, cirurgião plástico e especialista em transplante capilar, a calvície não é uma doença, mas é uma condição genética. “Se já existir um histórico familiar, muito provável que seja passado para outras gerações. Na calvície, os fios vão atrofiando e se soltam do couro cabeludo. Atinge uma porcentagem baixa de mulheres, mas acontece da mesma forma que nos homens, pode ocorrer no início da vida adulta ou quando ficar mais velha. A única diferença, é que nos homens a perda de cabelo começa nas famosas entradas, já para as mulheres, a queda de fios segue a linha de divisão do cabelo, até chegar no topo da cabeça”, explica.

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Para quem não tem predisposição genética, fatores emocionais como depressão, ansiedade e estresse são gatilhos para desenvolver alopecia, porém, depende muito da suscetibilidade que a pessoa tiver. “É uma reação autoimune, quando desencadeada por motivos emocionais é uma maneira do corpo dizer que algo está errado e precisa de atenção. Por isso é sempre importante cuidar da saúde como um todo”, detalha Wells.

Espelho, espelho meu

Segundo o especialista, a calvície não tem nenhum outro sintoma além da queda dos fios, e como muitas vezes ela pode acontecer de forma progressiva, a mulher pode levar anos para perceber que, de fato, está ficando calva. A dica é sempre ficar de olho no espelho, analisar os fios, pedir para alguém olhar o couro cabeludo para ficar atenta ao primeiro sinal de anormalidade.

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A alopecia não escolhe idade, como depende do gene, pode atingir algumas pessoas de forma mais agressiva e para outras pode ser um processo mais lento. Mas alguns pontos devem ser levados em consideração, como rotina, alimentação, saúde física e emocional. “Os hábitos, principalmente, alimentares, devem ser avaliados, uma refeição rica em nutrientes, por exemplo, é essencial, pois a falta de ferro também pode ser um fator chave para desencadear a queda de cabelo”, conta o especialista.

Tratamentos

Se for detectado uma queda de fios fora do comum, é necessário buscar um especialista para entender a causa e possíveis tratamentos. Segundo Wells, normalmente, os pacientes ficam desesperados e buscam alternativas imediatas, acreditando que é a solução. Não é recomendável tomar suplementos vitamínicos ou se automedicar, o primeiro passo é sempre consultar um médico especialista para que ele possa solicitar alguns exames e dar um diagnóstico. “Primeiro fazemos uma análise a olho nu, depois pedimos um tricodermatocospia, por esse exame conseguimos ver o couro cabeludo com uma lupa, e, então, verificamos se os fios estão atrofiando, se tem alguma mancha ou alguma alteração no cabelo, dependendo do caso, pedimos exames de sangue ou uma biópsia. A partir desses exames conseguimos entender o motivo da queda de fios, dar um diagnóstico e indicar um tratamento”, detalha.

Quando a calvície é detectada no início, pode ser receitado o tratamento via oral, mas a paciente deve estar a par de que precisará tomar o remédio sempre, já que se interromper as medicações os fios voltarão a cair. Também existe a possibilidade de um transplante de cabelo, mas esse é indicado apenas para quem está com a calvície estabilizada. “Embora seja mais popular entre os homens, o transplante capilar também é uma alternativa muito interessante para as mulheres que sofrem de calvície, pois proporciona uma solução duradoura. Por se tratar de um procedimento cirúrgico, muitas pacientes se preocupam com as cicatrizes, mas a técnica evoluiu bastante nos últimos anos e não deixa marcas. O método FUE (Folicular Unit Extraction), por exemplo, é bastante arrojado: utiliza fios da própria paciente, de áreas que não sofrem do problema, e são reimplantados no foco da queda, de forma sutil e minimamente invasiva’’, afirma o cirurgião.

Mitos e verdades sobre a calvície

É importante salientar que nem toda queda de cabelo significa que é uma alopecia. Porém, existem algumas recomendações populares para prevenir a calvície que acabam confundindo as pessoas. Na lista abaixo, estão alguns mitos e verdades mais comuns acerca do assunto.

  1. Lavar o cabelo com frequência enfraquece os fios.  Mito. Na verdade, é indicado que pessoas que possuem oleosidade lavem os cabelos pelo menos a cada dois dias. Para quem tem cabelos secos, é recomendável lavar com mais frequência. Depende muito de cada tipo, porém, isso não tem nenhuma relação com calvície, garante Dr. Wells.

  2. Descoloração torna os cabelos mais finos.  Verdade. A descoloração altera estrutura dos fios, deixando-os mais finos e atrapalhando o crescimento. Mas isso não significa que a pessoa ficará calva, porém, em um momento de muito estresse, por exemplo, a mudança de hormônios e a química que o cabelo foi exposto, podem influenciar a queda de cabelo. O ideal é procurar um especialista no assunto para mudar de cor.

  3. Cortar o cabelo evita a queda dos fios.  Mito. A causa das quedas de fios são hereditárias e hormonais, sendo assim, cortar o cabelo não evita a perda de cabelo.

  4. Gravidez pode desencadear alopecia. Verdade. De acordo com o cirurgião, durante esse período o bebê retira os nutrientes da gestante, o mesmo acontece no pós-parto, durante a amamentação, influenciando na queda de fios. Ainda após a gravidez, a mulher sofre uma redução de hormônio que enfraquecem os cabelos. A queda inicia entre o primeiro e o terceiro mês, após seis meses volta ao normal. Porém, se a mulher tiver uma predisposição genética, é possível que aconteça de forma mais agressiva resultando numa calvície.

  5. Usar chapéu ou boné contribui com o enfraquecimento dos fios.  Mito. Não existe qualquer pesquisa que comprove isso. O uso de chapéus ou bonés não contribuem com a queda de fios ou aumenta a possibilidade de ter calvície no futuro. De todo modo, o uso desses acessórios com os cabelos molhados pode aumentar a quantidade de caspas.

  6. Rápida recuperação no transplante capilar.  Verdade. Apesar de ser uma cirurgia demorada, o paciente recebe alta no mesmo dia e pode voltar a rotina normalmente, apenas tomando alguns cuidados simples, como evitar sol e não fazer exercícios físicos durante uma semana. No mesmo mês começam a nascer novos cabelos.