NEGÓCIOS

Construir no Brasil fica ainda mais caro e confiança, cada vez mais rara.

O dado foi divulgado nesta terça-feira, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em 02/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Índice Nacional de Custo da Construção–M (INCC-M) registrou taxa de inflação de 1,36%, em junho. A variação de preços ficou acima do 0,13% registrado em maio. O INCC-M acumula taxas de 2,61% no ano e de 5,12% em 12 meses. O dado foi divulgado nesta terça-feira, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A inflação foi puxada principalmente pelo custo da mão de obra, que ficou 2,48% mais cara em junho. Entre os profissionais que ficaram mais caros, o destaque são os técnicos (2,65%), seguidos pelos especializados (2,39%) e auxiliares (2,35%). Em 12 meses, a mão de obra acumula inflação de 8,13%.

O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços teve variação de preços de apenas 0,02%. Os materiais e equipamentos ficaram 0,08% mais baratos, enquanto os serviços ficaram 0,39% mais caros. Os materiais, equipamentos e serviços acumulam alta de 1,66% em 12 meses.

Confiança

Apesar da alta nos preços e das condições políticas, no país, a confiança da construção brasileira registrou leve alta em junho. Uma melhora discreta tanto da avaliação atual quanto das perspectivas no curto prazo. O que mostra impacto ainda reduzido do aumento das incertezas em meio ao cenário político conturbado, mas que provoca pessimismo.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou, ainda, que o Índice de Confiança da Construção (ICST) do Brasil teve neste mês alta de 0,2 ponto e foi a 74,2 pontos, após recuar com força no mês anterior e voltando ao nível de setembro de 2016.

— A pequena alta do ICST em junho sugere que o efeito percebido do aumento da incerteza após 17 de maio sobre os negócios não foi expressivo — destacou a coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo.

No ICST, o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 0,2 ponto, para 84,8 pontos, com melhora do otimismo com a situação dos negócios nos próximos seis meses. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) também avançou 0,2 ponto, a 63,9 pontos, devido à melhora do indicador que mede a situação dos negócios correntes.

Denúncia criminal

A incerteza política em torno do presidente Michel Temer vem deixando consumidores e empresários em alerta, em meio às dúvidas sobre do andamento das reformas o Congresso.

Na véspera, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia criminal contra o presidente pelo crime de corrupção passiva a partir da delação dos executivos da JBS.

Porém o ICST apresentou melhora devido aos setores menos dependentes do governo, de acordo com Ana Maria.

— No de Edificações, menos dependente de iniciativas diretas do governo, as expectativas voltaram a subir em junho. Isso, após queda expressiva no mês anterior — explicou ela.

O indicador, entretanto, aponta para um quadro ainda de pessimismo entre as empresas. E a FGV destaca que “a contribuição do ambiente de incerteza política para a continuidade desta visão pessimista sobre o rumo dos negócios pode ser ilustrada pela expressiva piora das expectativas no segmento de Obras de Infraestrutura”.

Em outra nota, a FGV informou também que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) acelerou. A alta chega a 1,36% em junho, contra 0,13% no mês anterior.

Imagem/Divulgação