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Consulado oferece ajuda a tripulantes turcos que estão no ES.

Eles estão desde janeiro vivendo em um navio no Porto de Vitória.

Em 06/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O consulado da Turquia no Brasil se colocou a disposição para ajudar os tripulantes turcos Ali Ozdniz e Adnan Menderes, que estão desde janeiro morando em um navio no Espírito Santo. O salário deles está atrasado há dois anos, e sem o dinheiro, eles não conseguem voltar para casa.

Nove meses depois de atracar no Porto de Vitória, os dois tripulantes continuam vivendo no navio Iron Trader, que veio da Turquia. Eles contam com a ajuda de uma igreja para sobreviver.

Apesar de a bandeira ser do Panamá, o navio saiu da Turquia há dois anos, com previsão de parada na África e no Brasil. Mas quando chegou ao Espírito Santo, não tinha permissão para entrar no porto e ficou mais de um mês em alto mar. A partir de então, começou a faltar mantimento e a entrada foi liberada por questões humanitárias.

Além de estar devendo cerca de U$ 70 mil de salários atrasados para cada um dos marinheiros, a empresa responsável pela embarcação não paga as diárias acumuladas em mais de R$ 600 mil à Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que administra o porto.

O caso está sendo julgado pela Justiça do Trabalho do Espírito Santo e um advogado capixaba está representando os marinheiros na questão. Segundo a Codesa, a empresa estaria negociando a dívida com os tripulantes e tenta vender o navio para quitar as dívidas.

Apesar do consulado ter se colocado a disposição para ajuda-los, informou que não pode interferir na questão trabalhista entre os marinheiros e a empresa. Sem o dinheiro, os turcos não podem voltar para casa.

Vida no navio
Quando o navio atracou no estado, eram nove tripulantes. No último sábado (3), Áli e Adnan contaram que os outros amigos conseguiram ajuda e voltaram para os países de origem, mas eles não têm dinheiro para voltar para casa.

Desde de janeiro vivem no navio, que está em situação precária. Eles disseram que a embarcação está cheia de ratos, baratas, sem energia, e com comida racionada. “Sem comida boa, sem água boa”, disse Ali.

Enquanto isso, vivem com saudade da família. Adnan contou que conversa com as filhas, de sete e três anos, todos os dias, pela internet, e não vê a hora de voltar para casa. “Graças a Deus existe a internet. Se não existisse, eu morreria”, falou.

Fonte: G1-ES