EDUCAÇÃO

Curso ensina física e matemática com técnica dos desenhos da Pixar.

O Pixar in a Box é online, gratuito e traduzido para o português.

Em 28/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Ensinar matemática e física a partir da experiência de professores que são artistas, animadores, cientistas e escultores é a missão do “Pixar in a Box” ( https://pt.khanacademy.org/partner-content/pixar ). O projeto educacional que aposta em novas formas de ensino foi desenvolvido pela Pixar, empresa de animação digital da Disney, em parceria com a Khan Academy e apoio da Fundação Lemann. No mês de junho foi lançada a versão em português do curso, que é gratuito e online. O "Pixar in a Box" permite que alunos do ensino médio e fundamental aprendam como os conceitos ensinados na escola podem ser aplicados na produção de filmes de animação da Pixar como, por exemplo, Toy Story, Wall-E e Valente.

Exercícios interativos e atividades práticas compõem a série de videoaulas e tutoriais do curso disponível no site da Khan Academy, uma organização norte americana que é referência mundial na produção de conteúdos educativos gratuitos na internet e também principal parceira do projeto. No Brasil, o apoio para a plataforma é da Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos que desenvolve projetos de educação.

Conceito
A ideia de criar o "Pixar in a Box" surgiu de pedido dos próprios educadores, segundo os diretores da Pixar. “Professores, do fundamental à pós-graduação, entravam em contato com a gente perguntando se podíamos ajudá-los na criação de um currículo de animação”, conta Tony DeRose, cientista Sênior e líder do Grupo de Pesquisa da Pixar.

Havia vontade de ajudar, mas foi a falta de tempo o fator decisivo na solução. “Percebemos que precisávamos encontrar um grande parceiro com experiência no espaço educacional on-line, para co-criar um conteúdo que pudesse ser compartilhado mundialmente”, conta DeRose. Um ano e seis meses depois, o primeiro lote de materiais estava sendo entregue à Khan Academy, em agosto de 2015.

O cientista afirma que "muito do que é ensinado nas salas de aula parece irrelevante para as necessidades e interesses dos alunos". Para isso, o principal objetivo do projeto é demonstrar como esses conceitos em sala de aula são usados todos os dias para enfrentar os desafios criativos que os profissionais da Pixar vivem.

Competição na internet
A plataforma online de educação compete com ferramentas comumente utilizadas pelos jovens, como o YouTube. Porém, DeRose afirma que a concorrência trata os estudantes como consumidores de material. Já a plataforma, pretende envolvê-los como criadores de conteúdo. “É por isso que nossas aulas incluem aplicações interativas, que permitem que os alunos desenvolvam sua criatividade”, conclui. Estudantes aprendem, por exemplo, como foram criadas multidões de robôs no filme Wall-E e podem também criar e animar seus próprios personagens, usando um software muito semelhante ao utilizado por artistas da Pixar.

“Pudemos ouvir recentemente de uma professora de matemática que um de seus estudantes estava indo mal nas provas de Álgebra. Ela recomendou que o aluno usasse o "Pixar in a Box". Em pouco tempo a nota dele chegou a B”, conta. "Esse é o tipo de impacto que o grupo está procurando".

Retorno positivo
Desde o lançamento do primeiro conjunto de materiais, mais de 7 milhões de minutos de aprendizado foram contabilizados. “Nós fizemos muito pouco marketing. O conhecimento sobre o programa se espalhou de boca em boca”, diz DeRose.

Para o futuro, a Pixar e seus parceiros planejam totalizar 3 temporadas do "Pixar in a Box". O primeiro ano focado no ensino da matemática. O segundo ano, que estão focados no momento, no ensino da ciência. O terceiro, provavelmente, será focado na arte de contar histórias.

Fonte: g1-SP