ECONOMIA INTERNACIONAL

Dado de exportação impulsiona bolsas chinesas, mas pressiona outras asiáticas.

Números divulgados mostraram que as exportações chinesas caíram pelo quarto mês.

Em 09/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As bolsas chinesas fecharam em alta nesta segunda-feira, estendendo os ganhos recentes, após dados fracos de comércio exterior da China alimentarem expectativas de novas medidas de estímulos. Em outras partes da Ásia, porém, os mercados recuaram diante do último sinal de desaceleração da economia chinesa e de apostas crescentes de que os EUA poderão elevar juros no mês que vem.

Números divulgados no fim de semana mostraram que as exportações chinesas caíram pelo quarto mês consecutivo em outubro, registrando queda anual de 6,9% quando medidas em dólares, após diminuírem 3,7% em setembro. Analistas consultados pelo Wall Street Journal previam declínio menor das exportações em outubro, de 4,1%.

Para Louis Lu, gerente de fundos da CSOP Asset Management, os dados de exportação podem pressionar o governo chinês a ampliar ainda mais sua estratégia de estímulos fiscais e monetários.

Os investidores na China também avaliam o impacto de um anúncio feito por reguladores na última sexta-feira sobre planos de Pequim de suspender uma proibição ao lançamento de novas ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações, que foram interrompidas em julho em meio a um forte movimento de liquidação nas bolsas locais.

"Do ponto de vista dos reguladores, eles acreditam que o rali vai continuar, e é por esse motivo que eles vão retomar os IPOs", ponderou Lu.

Na semana passada, a Bolsa de Xangai, a principal da China, entrou em território altista, ao acumular valorização de mais de 20% em relação à mínima de fechamento mais recente. No pregão de hoje, o Xangai Composto subiu 1,6%, a 3.646,88 pontos, depois de acumular ganhos de 6% na semana passada, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, avançou 1,8%, a 2.191,60 pontos.

Outros mercados asiáticos reagiram negativamente aos dados da balança comercial chinesa e foram pressionados também pela avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) poderá elevar seus juros básicos na reunião de setembro, em especial depois de o mercado de trabalho dos EUA ter mostrado forte desempenho em outubro. No mês passado, a economia dos EUA criou 271 mil empregos, superando de longe a previsão de 183 mil novos postos de trabalho.

Em Hong Kong, o Hang Seng encerrou a sessão com baixa de 0,61%, a 22.726,77 pontos, enquanto em Seul, o índice sul-coreano Kospi recuou 0,61%, a 2.025,70 pontos. No mercado de Taiwan, o Taiex caiu 0,6%, a 8.642,48 pontos, em meio à decepção com o encontro histórico no último sábado dos presidentes da China, Xi Jinping, e de Taiwan, Ma Ying-Jeou, que terminou sem resultados concretos.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou no vermelho, influenciada pela expectativa para o Fed e também pelo setor minerador, que foi puxado para baixo pela BHP Billiton. As ações da BHP caíram 5,6%, ainda em reação a um grave acidente ocorrido na semana passada em instalações da Samarco em Minas Gerais, que deixou dezenas de desaparecidos. A BHP tem fatia de 50% da Samarco, com o restante da empresa controlado pela Vale.

Dow Jones Newswires.