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Defesa Civil diz que Museu Nacional não corre risco de desabar

Laudo aponta que pode haver queda de estruturas menores no interior do prédio.

Em 03/09/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Reprodução/GloboNews

Um laudo preliminar da Defesa Civil municipal aponta que não há risco de desabamento do palácio que abriga o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio. A declaração foi dada pelo coordenador da Defesa Civil do Rio, Luiz André Moreira, em entrevista ao RJTV no fim da manhã desta segunda-feira (3) . Segundo ele, há uma recomendação de interdição momentânea do prédio.

Em nota, a Defesa Civil informou que "existe um grande risco de desabamento" na parte interna, com a queda de trechos remanescentes de laje, parte do telhado e paredes divisórias. Na área externa, graças à espessura das fachadas, o risco não é iminente.

"A fachada por inteiro nós não verificamos indícios de risco estrutural de colapsar (desabar). Existe, sim (risco interno), em função de trincas que ocorreram na fachada e do revestimento, é possível a queda de partes dos revestimentos, de fragmentos dos adornos, dos beirais e da própria esquadria das janelas que estão danificadas devido ao incêndio", disse Moreira.

O coordenador da Defesa Civil disse que o laudo ainda está em fase conclusiva e afirmou que as causas do incêndio serão apontadas pela perícia. Ao RJTV, O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que "há várias hipóteses", mas que curto-circuito e a queda de balão são possibilidades. As Polícias Civil e Federal já abriram inquérito para apurar a razão do fogo.

O incêndio de grandes proporções que começou na noite de domingo (2) destruiu todo o interior do prédio, que tem três pavimentos e mais de 9 mil metros quadrados de área útil. O acervo conta com mais de 20 milhões de itens. De acordo com um bombeiro que participou da operação, a falta de água atrasou o trabalho.

Imagem aérea mostra o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído após incêndio (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

Imagem aérea mostra o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído após incêndio (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

Diretor-adjunto do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte desabafou sobre o que chama de "descaso" das autoridades. Roberto Leher, diretor do Museu, foi mais enfático.

"É necessário que, de fato, o poder público federal olhe para o Brasil e pense o significado da memória histórica que temos nesse Museu Nacional".

O Museu Nacional fica próximo ao zoológico, mas vistoria feita no local constatou que a saúde dos animais não foi afetada. Por sorte, a fumaça foi levada para outra direção por conta do vento e os bichos não a inalaram.

A mais antiga instituição científica do país abrigava um acervo de mais de 20 milhões de itens que foram consumidos pelo fogo. O Museu Nacional completa 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e de dois imperadores.

Figuras históricas como Albert Einstein, Madame Curie, Santos Dumont e Lévi-Strauss foram visitantes importantes do Museu no século passado. Há 60 anos, Juscelino Kubitschek teria sido o último presidente a visitar o local.